Van Halen com Sammy Hagar, em 1986 |
Foi na cidade de Shreveport, na Louisiana, que Sammy Hagar fez sua primeira apresentação como frontman do então renascido Van Halen,em 27 de Março de 1986. A banda havia lançado o excelente "5150" apenas três dias antes.
Conforme esperado, muitos presentes levaram faixas com o nome de David Lee Roth escrito, enquanto outros já demonstravam apoio à Hagar, ostentando camisetas com o círculo vermelho cruzando o número 55, numa alusão à seu hit "Can't Drive 55".
Hagar foi atrevido e corajoso quando apareceu usando uma camiseta onde estava escrito "Dave who?", ao que foi recebido com um misto de vaias e aplausos.
Ainda, o Van Halen não se arriscou em muitas canções da época clássica de Roth, tocando apenas as obrigatórias "Panama", "Ain't Talkin' 'bout Love" e "Jump". De resto, a banda se jogou de cabeça no excelente material do álbum "5150" e em algumas canções da carreira solo de Hagar.
E esse foi o início do caminho que culminou com as maiores vendagens de álbuns e shows na história do Van Halen. E isso é fato, não especulação.
O absolutamente excelente álbum "5150" |
Não há como negar a importância e relevância de David Lee Roth na história do Van Halen. Não apenas ele foi um dos integrantes originais, Roth contribuiu - e muito - para estabelecer um novo patamar para os frontmen de outras bandas. Diamond Dave incorporava a definição de "entertainer" como poucos, e seus passos e trejeitos permanecem como parte da história do rock.
Entretanto, chega a ser ingenuidade comparar os dotes vocais de Roth com os do imensamente superior Sammy Hagar. Enquanto Roth era capaz de pular pelo palco feito um gazela sob o efeito de metanfetaminas, Hagar - sem nenhum tipo de desenvoltura mais confortável - sabia "apenas" cantar como um banshee raivoso. Para os incrédulos, basta ouví-lo entoar as já citadas "Panama" ou "Jump" e comparar com as versões de Roth.
O ideal seria um híbrido que mesclasse as melhores qualidades de ambos, mas como o universo dos bons sons não é perfeito, a história reservou lugares distintos para o Van Halen e também para o Van Hagar, que tive o prazer de assistir ao vivo em 1988 e 1991.
Dois grandes personagens, sendo um o "entertainer" e o outro, o "vocalista".
Simples assim...
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