COMO "LOVE BITES" SE TORNOU UM PROBLEMA PARA O DEF LEPPARD

Arte da versão americana para "Love Bites" 

Foi o produtor Robert John "Mutt" Lange quem mostrou a canção para a banda. 

"Liricamente, ela meio que pintava uma imagem e em uma canção você sempre quer isso", disse Phil Collen em 2016.

"'On a dark desert highway', a primeira linha de 'Hotel California' - do Eagles - pinta uma imagem logo na largada e esse é um sinal de uma grande canção. Ela te leva àquele lugar. 'Love Bites' fez isso também", continuou.

O Def Leppard foi adicionando percussão e camadas de guitarras sobre a ideia acústica de Mutt Lange. "Nós a mudamos um pouco, eu e o Steve fizemos as guitarras levemente diferentes, mas a canção era maravilhosa", adicionou Collen.

Mas gravar "Love Bites" em fita foi uma coisa, mas quando a canção explodiu nas paradas na segunda metade de 1988 a banda teve um novo desafio: aprender a tocá-la ao vivo.

Def Leppard, circa 1988

"Nós estávamos em tour quando 'Love Bites' chegou a posição #1 na Billboard e nunca a havíamos tocado ao vivo. Tivemos que alugar uma sala para ensaios em Vancouver for dois dias e resolver tudo. Eu tive que aprender a cantar o refrão tocando guitarra, o que me parecia impossível. Eu ensaiei muito até aprender. Aquela canção, especificamente, nos pegou desprevenidos", disse Phil Collen.

"Love Bites" foi lançada como single em Julho de 1988 e chegou ao topo da Billboard Hot 100 em Outubro do mesmo ano. A banda começou a tocá-la nos shows em Junho de 1988 enquanto faziam a tour no Canadá, e foi naquela ocasião que vi o Def Leppard pela primeira vez. Curiosamente, a banda a canção não integrou o setlist dos primeiros 80 shows da "Hysteria Tour" em 1987, o que dá base à ideia de que tocá-la ao vivo foi um desafio para a banda.

BREAKING NEWS

* Andy Taylor volta ao cenário com "Man's A Wolf To Man", seu primeiro trabalho solo em mais de 30 anos. O lançamento será entre Agosto ou Setembro;

* Gregg Rolie declarou em entrevista que nunca autorizou o lançamento físico do álbum "Journey Through Time". Vem aí mais uma novela jurídico com Neal Schon;

* Bryan Adams escreveu mais de 50 canções para outros artistas, entre eles Kiss, Ted Nugent, Joe Cocker, Tina Turner e outros. A matéria bacana da Ultimate Classic Rock revela os nomes e detalhes de 51 delas aqui.

KIP WINGER FALA SOBRE TOURS

Winger, circa 2023

Em entrevista concedida a Darren Paltrowitz, o baixista e vocalista Kip Winger falou sobre os crescentes desafios de se fazer uma tour, particularmente sobre as frustrações e a exaustão das viagens constantes.

"Essa coisa de rock está ficando pesada", disse. 

"Nós acabamos de sair de uma tour de 30 dias viajando de ônibus. Viajamos com Tom Kiefer e foi muito, muito difícil. Eu não gostei. Quer dizer, eu amo a parte de se apresentar, mas não gosto do aspecto das viagens em si, especialmente em um ônibus, e não gostei nada disso. Então fazemos mais shows viajando de avião, o que é melhor", continuou.

"Meus dias estão contados nesse aspecto, honestamente. É algo do tipo 'estive lá, fiz aquilo'. Isso não me dá mais o que eu estou procurando na minha vida. Eu adoro tocar com minha banda porque eles são, realmente, ótimas pessoas e músicos maravilhosos. Mas se eu não estivesse tocando com eles, eu não começaria outra banda ou algo do gênero, de jeito nenhum. Eu estaria trabalhando em projetos próprios", concluiu.

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

O veterano Tony Mitchell retorna ao cenário com "Radio Heartbeat", seu quinto álbum solo que chega apenas um ano desde seu último trabalho. 

Mantendo a sonoridade que o fez nome reconhecido no universo dos bons sons, Mitchell se aventura com elementos e arranjos neste álbum que, certamente, agradará aos mais exigentes apreciadores do melodic rock.

Repleto de rockers, "Blue Lightning" abre o álbum com propriedade e com uma sonoridade que, por algum motivo, me lembra o Bon Jovi dos anos 90, especialmente no refrão, enquanto "Keep The Love Alive" se apresenta com arranjo mais dinâmico ao longo dos versos, mas tem cadência mais marcada no refrão. 

Já "Radio Heartbeat" tem formato mais tradicional e refrão bem bacana, fator que se repete na cadenciada "Rockin' In A Hard Place" e seu refrão grudento.

Tony Mitchell, circa 2023

"Top Of The World" começa como balada, mas se revela um rocker mais moderninho que, sinceramente, não me agrada muito, ao contrário de "Another Beat Of My Heart" e seu refrão simples, mas eficiente. 

Enquanto isso, "Darkness Remains" tem andamento mais acelerado e refrão bacana, mas confesso que o teclado me incomoda, mas "This Side Of Midnight" me agrada por completo, seja pelos versos, seja pelas bridges, seja pelo refrão discreto.

E na reta final temos "Borderline" com sonoridade mais crua e altamente eficaz, assim como a despretenciosa "Sunflower Girl" e a baladaça "Find A Way" com seu refrão envolvente e a catártica "Phoenix Rising", com sua sonoridade mais pesada - e bem bacana - e teclados mais que irritantes.

Enfim, "Radio Heartbeat" é um álbum bastante interessante e que apresenta variantes que funcionam bem juntas, enriquecendo o tracklist. Talvez não figure em seu top 10 do ano, mas com certeza vai divertir por várias audições.

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TONY MITCHELL - Radio Heartbeat

Released on July 21st, via Pride & Joy Music.

Cat. # not available

Tracklist

01 Blue Lightning

02 Keep The Love Alive

03 Radio Heartbeat

04 Rockin’ In A Hard Place

05 Top Of The World

06 Another Beat Of My Heart

07 Darkness Remains

08 This Side Of Midnight

09 Borderline

10 Sunflower Girl

11. Find A Way

12. Phoenix Rising

Lineup

Tony Mitchell: vocals, guitars, keyboards

Miles Meakin: guitars, backing vocals

Nigel Bailey: bass, backing vocals

Eddy Anthony: drums, backing vocals

BREAKING NEWS

* Queensrÿche lançou o vídeo para "Tormentum", todo criado por inteligência artificial. Você pode conferir o resultado aqui;

* No último dia 16, Nick D'Virgilio fez sua estreia como baterista do Mr. Big em show na China. O setlist continha 21 canções;

* Alice Cooper anuncia seu novo álbum - batizado "Road" e contendo 13 canções -  para 25 de Agosto, via earMUSIC.

BREAKING NEWS

* Carmine Appice recrutou Carlos Cavazo e Rowan Robertson para o novo álbum do King Kobra;

* Bret Michaels, em entrevista ao The Oakland Press, revelou que o Poison deve se reunir em 2025 para uma nova tour e "possivelmente algumas novas canções";

* Jack Blades revelou qual foi seu problema de saúde: uma artéria entupida. "Eu não esperava. Fui ao hospital e BOOM! Do nada... meu corpo não estava se sentindo bem", disse o baixista/vocalista do Night Ranger.

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Quando falamos de cd's raros, este aqui figura em quase todas as listas. Lançado em 1992, "Heaven Calls" foi o trabalho de estreia do finlandês Patrick Linman, que era mais conhecido como compositor e produtor de outros artistas. Com uma pegada pop rock mesclada com uma dose calculada de peso, esse álbum acaba de ser relançado pela MelodicRockMusic, com nova arte e com um disco bônus (com material mais recente, gravado desde 2005 até agora) na edição deluxe. E esse relançamento é o motivo da recomendação do álbum original.

"Find Me Another Way" é um rocker simples, bem animado e com refrão marcante, o que faz dela uma escolha perfeita para abrir o álbum. Na mesma linha temos "Set Me Free", rocker que carrega as mesmas características da faixa anterior e que mantém o alto nível, enquanto "Love Is No Lie" é uma power ballad nos moldes tradicionais, contando com uma linda base acústica  - pontuada por teclados discretos - em toda sua primeira parte, até revelar o refrão explosivo, característico desse tipo de canção. Já "Heaven Calls" é um mid-pacer com melodia envolvente e refrão grudento que segue o molde tradicional que tanto curtimos. Boa canção para se ouvir dirigindo sem destino...

"Just Don't Leave Me Alone" é outro mid-pacer, mas com base acústica, o que torna sua sonoridade mais intimista, quase como acontece com "Electric Crusade", onde a base acústica se faz presente em toda a primeira parte da canção, sendo que as guitarras elétricas surgem logo depois. Já "Everybody Want Some Love" resgata a trilha rocker com guitarras na linha de frente, desfilando com propriedade ao longo dos versos e convergindo para um refrão marcante, me fazendo lembrar os melhores momento de Brett Walker. E mais frenética e carregada de energia, "Rock N' Roll Heals Me" é um rocker maiúsculo, que imprime versos rápidos, envoltos por uma consistente base de baixo que leva ao refrão discreto, mas eficiente. Enquanto isso, "Tell Me" se apresenta como outra power ballad com estrutura básica construída no piano, mas sem deixar as guitarras de lado.

Patrick Liman, circa 1992

E na reta final temos os rockers "Pain And Ecstasy", "Day After Day" (com arranjo mais dinâmico) e a espetacular "Eyes Of The World", rocker excelente originalmente gravado por Eric Martin e composto por ele mesmo em colaboração com Neal Schon, com o produtor Kevin Elson e com Tony Fanucchi, fechando o álbum em grande estilo.

Com esses relançamento, o que temos aqui é a ótima oportunidade de ter em sua coleção um álbum excelente, repleto de grandes canções e que logo estará fora de catálogo novamente, já que "Heaven Calls" é o retrato do AC Rock/AOR do início da década de 90. Simplesmente imperdível...

LINMAN - Heaven Calls

Released in 1992, via Traccer Music

Cat. #CHCD 012

Tracklist

01 Find Me Another Way

02 Set Me Free

03 Love Is No Lie

04 Heaven Calls

05 Just Don't Leave Me Alone

06 Electric Crusade

07 Everybody Want Some Love

08 Rock N' Roll Heals Me

09 Tell Me

10 Pain And Ecstasy

11 Day After Day

12 Eyes Of The World

Musicians

Patrick Linman: Vocals, Guitars, Bass, Keyboards, Drums

Nicke Sebbas: Guitar Solos

Nicke Hoxell: Keyboards, Accordion, Backing Vocals

Clas Holm: Bass, Keyboards, Guitars, Slide Guitar, Drums, Programming

J.J. Nybergh: Harmonica

DESMOND CHILD FALA SOBRE SEU MÉTODO DE TRABALHO

Desmond Child, circa 2022

O legendário Desmond Child refletiu sobre a importância de ter conceitos líricos fortes para guiar as canções que cria e que o levou a trabalhar com gente como Alice Cooper, Kiss, Cher, Bon Jovi, Aerosmith e muitos outros.

Em recente entrevista concedida a Produce Like A Pro, Child disse: "Eu toco piano, normalmente, nas sessões de composição. Mas na maioria das vezes eu fico de lado e a banda assume a composição da música. Eu sou muito forte nos conceitos e letras. Eu posso fazer tudo, mas se você não tem um ótimo título, uma ótima razão para abrir a boca, cantar ou dizer algo, você não tem nada. É isso que as pessoas não entendem. Quase todo mundo pode compor uma canção."

E ainda assim, o compositor nota como ele sempre se encontra com clientes que se abrem à ele durante as sessões.

"Em geral, quando eles vêm até mim, as paredes caem imediatamente. Eles estão tão ansiosos para falar com alguém que tenha empatia. E esse é o meu dom principal - eu tenho empatia. Eu posso sentir o que eles estão sentindo. Eles começam a me contar suas histórias, e logo estão chorado. A logo, algo que eles disseram se torna um título. E construímos tudo a partir daquilo", disse.

Child concluiu: "Eles estão, na verdade, colocando suas vidas em músicas. Eu estou ajudando e guiando para ser a verdade, sem pensar se aquilo pode ser o próximo hit. Eu nunca pensaria nisso. É como pensar em andar de bicicleta, se fizer isso você cai. Se você começar a penar muito, você se distrai. Dentro de uma canção, quando você está naquele espaço sagrado, trabalhando com alguém, é intimidade instantânea".

OZZY OSBOURNE CANCELA SHOW NO POWER TRIP FESTIVAL

Ozzy Osbourne, circa 2022

O veterano Ozzy Osbourne cancelou sua aparição no Power Trip Festival, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de Outubro próximo em Indio, na Califórnia.

"Por mais doloroso que seja, tomei a decisão de me retirar do Power Trip em Outubro", disse em nota emitida hoje.

Ozzy continuou: "Meu plano original era retornar aos palcos no verão de 2024, e quando me ofereceram esse show, eu otimisticamente aceitei. Mas infelizmente, meu corpo está me dizendo que não estou pronto ainda e que meu primeiro show em quase cinco anos não pode ser um meia-boca."

A nota ainda diz que a banda que substituirá Ozzy é de amigos seus e que o público não ficará desapontado.

Vamos aguardar...

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Entre as inúmeras bandas que surgiram nos últimos anos proclamando trazer uma sonoridade 80's, poucas se comparam a Midnite City.

Com guitarras e teclados abundantes em suas canções, a banda imprime melodia e peso na medida certa, além de harmonias cativantes e refrões prá lá de grudentos. Prova disso é "In At The Deep End", o trabalho mais recente do quinteto e, sem dúvida, um dos melhores entre seus cinco álbuns.

Tome, por exemplo "Ready To Go", onde as guitarras estão na linha de frente, mas sempre acompanhadas por teclados discretos, mas marcantes, especialmente no refrão onde os backing vocals brilham, detalhe que se repete na excelente "Someday", um rocker radio friendly de arrepiar os cabelos, com aquela dose bem medida de guitarras e teclados por todos os lados ao longo dos versos, culminando em um refrão explosivo, daquele jeito que tanto curtimos e que se apresenta novamente na poderosa "Hardest Heart To Break", um mid-pacer onde os teclados e guitarras disputam - delicadamente - sua atenção ao longo dos versos para se fundirem no refrão memorável e muito, muito grudento. 

Já  "Good Time Music" é um radio friendly rocker baseado em guitarras e que apresenta seu refrão caprichado logo no início, chutando a porta desde logo e mostrando a que veio, sem cerimônia. Na mesma linha rocker, "All Fall Down" coloca as guitarras em destaque uma vez mais, mas sem abandonar os teclados que permeiam esse rocker maiúsculo que, sem dúvida, figura entre os destaques do álbum, assim como acontece com a empolgante "Girls Gone Wild" e seus versos embalados por guitarras certeiras que dividem espaço com teclados discretos no refrão massacrante. Para se ouvir no volume máximo...

Midnite City, circa 2023

Enquanto isso, "Beginning Of The End" surge como outro mid-pacer bem bacana, onde o baixo e teclados têm mais destaque ao longo dos versos, mas nunca em detrimento das guitarras bem distribuídas, especialmente na segunda parte da canção e também no refrão. Já "Raise The Dead" é um rocker frenético e bacana, mas só isso mesmo. Ao contrário da baladaça "It's Not Me, It's You", com seus versos envoltos em teclados e pontuados por guitarras ocasionais, criando um ambiente delicado e que conduz à um refrão com todas as características das melhores power ballads que conhecemos. O álbum fecha com "Like There's No Tomorrow", um rocker cavalar centrado em guitarras e com um refrão arrepiante, onde os teclados ganham protagonismo. Uma belíssima canção para fechar o álbum de maneira mais que apropriada.

Como disse no início, considero "In At The Deep End" um dos melhores trabalhos da Midnite City. Álbum coeso no que se propõe, onde a banda permanece fiel à sonoridade que os tornou conhecidos no universo dos bons sons e que apresentam seu seus lançamentos. Se você ainda não está familiarizado com a Midnite City, que esse álbum seja a porta de entrada para os outros quatro álbuns dessa banda que não cansa de acertar...

MIDNITE CITY - In At The Deep End

Released on June 23rd, via Pride & Joy Music

Cat. #PJM 13453

Tracklist

01 Outbreak (Intro)

02 Ready To Go

03 Someday

04 Hardest Heart To Break

05 Good Time Music

06 All Fall Down

07 Girls Gone Wild

08 Beginning Of The End

09 Raise The Dead

10 It's Not Me, It's You

11 Like There's No Tomorrow

Lineup

Rob Wylde: vocals

Miles Meakin: guitars, backing vocals

Josh "Tabbie" Williams: bass, backing vocals

Ryan Briggs: drums, backing vocals

Shawn Charvette: keyboards, backing vocals

BREAKING NEWS

* O Foreigner começa hoje sua tour de despedida - a chamada Farewell Tour - em Atlanta. Na primeira parte da tour a banda contará com a ilustre presença dos canadenses do Loverboy;

* Kent Hilli anuncia o lançamento de seu novo álbum, "Nothing Left To Lose", para 04 de Agosto;

* Geddy Lee deve vir ao Brasil em Março de 2024 para promover o lançamento de sua autobiografia, "My Effin' Life", com lançamento internacional marcado para 14 de Novembro.