segunda-feira, 3 de agosto de 2009

GREGG ROLIE E GRANDES REVELAÇÕES

O tecladista Gregg Rolie (foto) é veterano no cenário musical. Membro da banda de Carlos Santana nos anos 60, participou do legendário festival de Woodstock. Integrou o Journey e o The Storm, duas das maiores bandas de AOR. Depois, embarcou em carreira solo com álbuns bastante interessantes. Em entrevista ao pessoal do House Of Rock, ele falou de praticamente tudo, e aqui deixo os trechos que mais nos interessam.

HOR: Qual a sua opinião sobre os três primeiros álbuns do Journey, antes de Steve Perry juntar-se à banda? Aqueles álbuns venderm pouco na época, mas estabeleceram um público fiel desde então...

GR: Naquela época a banda vendia mais ingressos para os shows do que álbuns. Tocávamos pelo país todo, mas estávamos no negócio para vender álbuns também. A música era baseada na energia que rolava na época, e por isso as pesoas se impressionavam nos shows. Há boas canções naqueles álbuns, coisas muito boas mesmo. E a idéia de ter um vocalista me parecia excelente, já que eu sempre estava tocando teclados, cantando, compondo, tocando hamonica e outros vários instrumentos, por isso não me incomodei em deixar de ser o lead singer.

HOR: Na época de "Next", o terceiro álbum do Journey, é fato que a banda foi ameaçada de ser dispensada pela Columbia Records se não conseguisse um vocalista. A situação era muito desesperadora para a banda?

GR: Herbie Herbert (manager do Journey na época) adiou o máximo que pode, mas nós sabíamos o que stava acontecendo. Encontramos esse cara, Robert Fleischmann, e gostamos dele porque ele conseguia gritar e compunha material muito bom, coisas que acabaram no álbum "Infinity". Mas Herbie tinha encontrado um tal Steve Perry e nos disse 'esse É o seu novo vocalista'. E foi assim que aconteceu. Herbie decidiu. E nós acabamos concordando. Então, depois de 80 milhões de álbuns vendidos, achamos que ele podia estar com a razão. (Risos)

HOR: Herbie Herbert declarou que que Neal Schon odiou Steve Perry (foto) e que teve que forçá-lo a aceitar Perry na banda. Isso é verdade?

GR: É sim, Neal e eu odiamos. Nós queríamos alguém...alguém do tipo do Sammy Hagar, e Steve era um crooner. E nós ficamos pensando 'O quê?!?' Neal e Perry escreveram muita coisa a partir dali. A primeira canção que escreveram juntos foi "Patiently". A primeira vez que ouvi a música nós estávamos no Colorado, e os dois trabalharam nela a noite toda. Eles me mostraram a canção e eu disse "é muito boa" (Risos). Era muito diferente e foi o começo da coisa toda. Herbie estava certo sobre Steve, e Neal reconheceu, obviamente (Risos).

HOR: Depois do lançamento de "Departure" em 1980 você deixou a banda. Você estava queimado naquela época? Herbie Herbert declarou que havia tensão entre você e Steve Perry, o que contribuiu para a sua saída. Existe alguma verdade nisso?

GR: Isso foi um detalhe. Eu já estava queimado, tinha cansado da coisa toda. Tinha fundado duas bandas, estava na estrada haviam 14 anos, e queria começar minha família. Foi uma decisão pessoal, eu não queria mais fazer parte daquilo, não queria mais viajar. Sobre Steve...ninguém se dava bem com Steve (Risos). Herbie fez a escolha mais fácil, claro. E estava na minha hora de partir, pelo meu bem e pelo bem da banda. E agora minha família me quer fora de casa, em tours, porque querem fazer festas e esse tipo de coisa (Risos).

HOR: E foi você quem trouxe seu substituto, Jonathan Cain, que estava com o The Babys na época. O que você viu em Jonathan Cain que o fez perceber que ele era um substituto à altura?

GR: Eu achei que ele podia tocar o que eu tocava, cantar como eu cantava, e ele tocava guitarra, algo que Neal queria há tempos, mais uma guitarra na banda. Mas eu não sabia que ele era o compositor que se mostrou, e ele acabou compondo coisas muito boas para a banda.

HOR: Você ouviu algum dos álbuns mais recentes da banda? Qual sua opinião sober Arnel Piñeda (foto), escolhido para integrar a banda depois de ser visto no YouTube?

GR: Bem, ele é quase perfeito. Perry, tecnicamente falando, quase não falha cantando. Ele fez lead e background vocals nos quatro anos em que estive na banda, de seis a oito meses por ano, e ele nunca falhou. É incrível, porque ele canta no limite do alcance vocal de qualquer um. E Arnel chega lá também, e é muito difícil chegar onde ele chega.

HOR: E a pergunta inevitável seria, dado o destaque à toda grande banda que se reúne hoje em dia, quais as chances do Journey, com você e Perry, se reunir novamente?

GR: Eu duvido que aconteça. Todos seguiram em frente e isso é bom. Não deveria ser nada demais se acontecesse. Todos estão felizes fazendo o que fazem, e a banda tem seu próprio vocalista agora. Perry...eu não sei o que ele anda fazendo ultimamante, na verdade. Então eu não poderia responder por ele. Mas falando por mim, eu amo fazer o que estou fazendo agora e acho muito difícil me afastar disso.

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