quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A PIRATARIA É CULPA DAS PRÓPRIAS GRAVADORAS

O jornalista Greg Kot (foto), crítico de música do Chicago Tribune, escreveu o livro "Ripped: How The Wired Generation Revolutionized Music", que é muito interessante e recomendável. Em um podcast do último dia 10, ele explicou como a indústria da música é culpada pela própria queda, e porque o iTunes — maior loja música digital — não vai salvá-la.

Ele afirma que a indústria da música foi uma das principais causas da pirataria. A explosão de boy bands e astros pop da laia de Christina Aguilera e Britney Spears, no fim dos anos 90, aconteceu por causa da insistência das gravadoras em jorrar muito dinheiro em músicas sem sofisticação, impessoais e de baixo nível, o que tornou as rádios um lixo. Havia pouco espaço para os verdadeiros gênios bizarros, como Prince ou David Bowie, e sem boa música, uma hora o mercado teria que reagir — daí surgiu o Napster. Foi o fim do sossego das gravadoras e o começo de uma guerra que está longe de terminar.

Kot passa pelos argumentos que todo bom pirata sabe: músicos não ganham dinheiro com venda de álbuns, a revolução MP3 deu força ao movimento independente e a uma grande variedade de bandas novas e boas. Mas a insistência das autoridades (como a RIAA) em processar a pirataria para que deixe de existir levou o público a perder a culpa ao baixar música ilegal.

O jornalista ainda reconhece que o iTunes, o tão aclamado campeão de downloads de música que respeitam a lei, é bem inferior às opções que os piratas oferecem. As gravadoras parecem ter colocado suas esperanças no iTunes, mas Kot lembra que o iTunes não basta, e que as gravadoras deveriam estar se matando para descobrir um modelo de negócios viável que atraia consumidores — em vez de policiá-los —, e que seja pelo menos tão bom quanto as opções ilegais.

A matéria pode ser acessada - em inglês - clicando aqui.

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