
As guitarras de “I Don’t Wanna Be The Fool” serve de base para o resto das canções, onde as seis cordas predominam. O arranjo desta, em particular, me remete aos filmes adolescentes da áurea década de 80, ou seja, pode esperar um AOR de alta qualidade, e preste atenção nas bridges e refrão...perfeitos, fazendo dessa canção um dos destaques do álbum. Segue-se “Straight To Your Heart” e a qualidade permanece nas nuvens, mas dessa vez com o arranjo levemente mais pesado, com ênfase no baixo. Mas não se iluda, caro nibelungo, a melodia é envolvente e as guitarras vão surgindo aos poucos. Bela canção que prepara seus ouvidos para “Tommy Can’t Help It”, um mid-pacer absolutamente 80’s, com base de sintetizadores e baixos, com guitarras que surgem eventualmente. O refrão é um caso a parte e o conjunto da obra faz dessa canção outro grande destaque do álbum.
A introdução de “Better This Time” não é das melhores, mas insista porque vale a pena. O seqüenciador acaba subjugado pelas guitarras e a canção ganha outra cara, especialmente do segundo verso em diante, quando assume uma sonoridade mais rocker. Já “State Of Emergency” chega arregaçando desde cedo e mostra que a banda sabe ser direta quando convém. Uma canção bem bacana onde os backing vocals tem destaque, juntamente com as guitarras de sempre. Vale a pena a audição cuidadosa de sempre, mas “Shy Girl” já não merece tanta consideração, uma vez que não traz o brilho das canções anteriores e, na verdade, nem parece fazer parte das sessões de gravação do mesmo álbum. Dispensável...
Mas só posso enaltecer “She’s A Virgin”, com seu título sacana e arranjo totalmente upbeat, essa canção também parece retirada de uma daquelas soundtracks dos anos 80. Gosto muito da linha de bateria e baixo tocando em uníssono, conferindo mais peso à canção que ainda conta com um sintetizador quase inaudível. Excelente canção prá viajar, da mesma maneira que a contagiante “Close To You” com seu baixo marcado e guitarras ocasionais. A linha vocal é muito bacana, especialmente a partir das bridges e no explosivo refrão, mais que empolgante. Outro grande destaque do álbum. Em “Borderland” temos um mid-pacer bastante convencional e sem muito brilho. Uma pena, já que se esperava mais da canção que dá nome ao álbum. Mas a excelente “Goin’ Through The Motions” fecha o álbum com classe, na forma de um rocker com arranjo bem marcado e com todos os elementos na medida certa, especialmente as guitarras. Grande som...
Esse álbum não é muito fácil de se encontrar por aí, mas foi relançado em 2005 pela Retrospect Records. Sugiro que você adquira a sua cópia o mais rápido possível porque logo ele some de catálogo outra vez, se é que já não sumiu. Considero esse um dos melhores álbuns da década de 80, e muitos dos seus elementos podem ser ouvidos em álbuns de gente como Strangeways e Boulevard, em seus melhores momentos. Um grande álbum que acabei redescobrindo depois de muitos anos, e que pela bela supresa, trago como recomendação aos amigos da casa.
RIO – Borderland
Released in 1985 on Music For Nations
Cat. #MFN53
Tracklist
01. I Don't Wanna Be The Fool
02. Straight To The Heart
03. Tommy Can't Help It
04. Better This Time
05. State Of Emergency
06. Shy Girl
07. She's A Virgin
08. Close To You
09. Borderland
10. Goin’ Through The Motions (Bonus Track)
Lineup
Jon Neill - Vocals, Guitars
Steve Rodford - Drums, Bass, Keyboards
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