Só quem foi sabe a dimensão do histórico Rock In Rio de 1985 (realizado entre os dias 11 e 20 daquele ano), o primeiro grande festival de rock no país que, naquela época, engatinhava na organização de um mercado propriamente dito em relação ao estilo musical que tanto curtimos. O mais bacana foi que os presentes puderam assistir a performances de artistas e bandas que estavam no auge de suas carreiras, e não atrações decadentes e meia-boca como costuma acontecer em muitos lugares ainda hoje.
Apesar de ser um festival de rock, o Rock In Rio - criação de Roberto Medina - contava com grandes nomes de outros estilos. A lista dos artistas gringos que se apresentaram aqui era a seguinte:
AC/DC
Al Jarreau
The B-52's
George Benson
The Go-Go's
Iron Maiden
James Taylor
Nina Hagen
Ozzy Osbourne
Queen
Al Jarreau
The B-52's
George Benson
The Go-Go's
Iron Maiden
James Taylor
Nina Hagen
Ozzy Osbourne
Queen
Rod Stewart
Scorpions
Whitesnake (chamado às pressas para substituir o Def Leppard)
Yes
Whitesnake (chamado às pressas para substituir o Def Leppard)
Yes
Mas não pdoemos esquecer os bravos artistas brasileiros que encararam a difícil tarefa de subir ao palco antes dos figurões estrangeiros. Da mesma forma, haviam muitos nomes ligados à outros estilos e, lembrem-se, o país começava a organizar sua cena rocker (o que acabou sendo suplantada por um cenário absoluto de pop rock e/ou rock de estação). Os representantes da Terra Brazilis foram:
Alceu Valença
Baby Consuelo & Pepeu Gomes
Barão Vermelho
Blitz
Eduardo Dusek
Elba Ramalho
Erasmo Carlos
Gilberto Gil
Ivan Lins
Kid Abelha
Lulu Santos
Moraes Moreira
Ney Matogrosso
Paralamas do Sucesso
Rita Lee
Baby Consuelo & Pepeu Gomes
Barão Vermelho
Blitz
Eduardo Dusek
Elba Ramalho
Erasmo Carlos
Gilberto Gil
Ivan Lins
Kid Abelha
Lulu Santos
Moraes Moreira
Ney Matogrosso
Paralamas do Sucesso
Rita Lee
Como todo evento de grande porte, histórias não faltaram prá manter o nome do Rock In Rio na boca da moçada. Abaixo, alguns dos mais conhecidos:
AC/DC: O grupo australiano exigiu como condição para poder tocar no festival usar um sino de meia tonelada, tocado pelo vocalista Brian Johnson na canção "Hells Bells". O aparato veio de navio, porém, era muito pesado para a estrutura do palco, obrigando um dos cenógrafos do festival a fazer, secreta e apressadamente, um sino de gesso para a ocasião. A banda interrompeu as gravações do disco "Fly On The Wall", que seria lançado meses depois, para tocar no festival, como parte da turnê do disco "Flick of The Switch". O encerramento do show foi marcado pelo disparo de dois canhões, um de cada lado do alto do palco, em "For Those About To Rock".
Iron Maiden: Os integrantes da banda consideram sua aparição no evento uma das experiências mais marcantes de suas carreiras. Esta foi a segunda maior platéia da história do grupo, que tocou para 200 mil pessoas (a maior foi na 3ª edição do evento, onde a banda se apresentou para 250 mil pessoas). A banda foi a única atração estrangeira a fazer um show (dois eram a regra no festival) no Rock in Rio. A apresentação foi uma das melhores da World Slavery Tour 84/85, turnê do bacana "Powerslave", que foi lançado em 1984. Foi nesse show, inclusive, que Bruce Dickinson jogou uma guitarra para o alto e, na volta, atingiu o vocalista na testa, abrindo um tremendo corte. O cara ficou coberto de sangue mas não interrompeu a apresentação.
Ozzy Osbourne: No que foi qualificado como "falha de organização", sua apresentação foi marcada logo antes da de Rod Stewart. Ao assistir dos bastidores a passagem de som do cantor escocês, Osbourne disse haver pensado que seria vaiado e expulso do palco, pois seu estilo era diametralmente oposto ao do ex-vocalista do The Faces, e não acreditava que fãs do primeiro pudessem apreciar sua música. Ao contrário, Osbourne foi aplaudido como poucas vezes em sua carreira e declarou que jamais vira público tão versátil e caloroso como o carioca. Alias, ele quase não teve presença confirmada por causa do famoso episódio do morcego que teve a cabeça arrancada a dentadas pelo próprio Ozzy num show em 82. Os organizadores do festival colocaram no contrato dele uma cláusula que o proibía de comer qualquer tipo de animal vivo no palco e o Mr. Madman fez valer ao dar para um roadie uma galinha viva jogada por um espectador. Ozzy também se apresentou usando uma camisa do Flamengo (presente dado por um fã) - o momento chegou a virar capa de revista no Brasil. Outro momento marcante do show foi o solo de bateria sem baquetas de Tommy Aldridge. Ozzy estava promovendo o ótimo "Bark At The Moon", que foi lançado em 1983.
Queen: Estrelas máximas do evento, todos os integrantes do Queen concordam em qualificar aquela apresentação como uma das cinco mais emocionantes do grupo, e Freddie Mercury qualificava a execução da canção "Love Of My Life" como a melhor jamais feita pela banda. Na época, o grupo inglês estava na turnê do álbum "The Works". O show da banda seria transmitido pela MTV norte-americana e pela TV Globo, mostrando os 300.000 presentes em êxtase.
Rod Stewart: Com sua característica voz rouca, Rod fez a platéia cantar com ele vários sucessos, coisa que o deixou surpreso por não julgar-se popular no Brasil. Imagina se fosse...
Scorpions: Os cinco alemães desvairados do grupo Scorpions deram um show de movimento, luz, distorção, onde, sempre rindo, não paravam um só momento quietos, exceção nas baladas "Holiday" e a tão aguardada "Still Loving You", que na época fez parte da trilha sonora de uma novela na TV Globo durante a realização do festival. Era a turnê do excelente "Love At First Sting". No show do dia 15, o vocalista Klaus Meine pegou uma grande bandeira do Brasil e a tremulou para delírio da platéia. No show do dia 19, o guitarrista Matthias Jabs usou uma guitarra parecida com a que está no logotipo do festival e com pequenas bandeiras do Brasil estampadas nela. A banda filmou a visita ao Rio e algumas imagens foram editadas no vídeo da versão ao vivo de "Still Loving You", lançada no excelente álbum "World Wide Live", seis meses depois do show.
Yes: O Yes realizou o sonho de muitos rockers brasileiros, mostrando ao vivo seu rock progressivo, realçado por incrível iluminação e algumas aparições de laser durante as músicas. A banda inglesa promovia o ótimo álbum "90125", lançado em 1983 e que tinha o megahit "Owner Of A Lonely Heart".
Whitesnake: A banda liderada por David Coverdale foi chamada às pressas para o festival, no lugar do Def Leppard, que cancelou a participação devido ao grave acidente sofrido pelo baterista Rick Allen, que teve o braço esquerdo decepado. Coverdale reformulou a banda às pressas, pois só restou o baterista Cozy Powell, que fez parte da formação do obrigatório "Slide It In". A formação que tocou com Coverdale ainda tinha o guitarrista John Sykes, o baixista Neil Murray e o tecladista Richard Bailey, além de Cozy Powell.
Em 2004 o festival se internacionalizou, com edições em Portugal e Espanha e, ao que parece, vai rolar uma edição na Polônia. Seja como for, nenhuma das edições posteriores - mesmo as brasileiras, realizadas em 1991 e 2001 - chegou perto do brilho e magia do primeiro evento que, vergonhosamente, até hoje não ganhou uma edição em DVD (oficial, lógico), se bem que os shows de algumas bandas acabaram lançados posteriormente.
Um marco na história do rock mundial, o Rock In Rio deixou saudades naqueles que estiveram presentes e também naqueles que assistiram o evento via televisão. Clicando aqui você pode conferir alguns vídeos bem bacanas sobre o festival que marcou a história do rock no Brasil. Saudades de uma bela época dos bons sons...
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