![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrwPKqA8Rm-DFs-2TUQ2nKPW3dE-elftuJTlZBMvUZJc5rv3Yus521H0ETsClmSy50cbPrm7FOQdYBSrDgo98uAq4QYjWesA1gU2V6AdUfPQS53NyEhkNxpgs-diiSJAb3MzWCISh54Kq2/s320/front.jpg)
A bateria pesada acompanhada da guitarra em ”Is Your Mama Gonna Miss Ya?” já mostra que esse álbum não é igual a nenhum outro que Adams tinha lançado até então. Um rocker até simples, mas que com a produção prá lá de perfeita de “Mutt Lange” foi elevado a outro patamar – feito que se repete ao longo do álbum com absolutamente todas as canções. Belíssima canção que é seguida de perto por “Hey Honey - I'm Packin' You In”, outro rocker que arrepia desde a introdução que, assim como a faixa anterior, não é nenhuma obra de engenharia, mas é certeira em sua melodia e andamento. Quando você começa a achar que depois de duas grandes canções a terceira só pode ser mais fraca, percebe seu erro logo na introdução da contagiante “Can't Stop This Thing We Started”, o segundo single a ser lançado e que atingiu #2 no Billboard Hot 100 com facilidade. Gosto muito do baixo pulsante de Dave Taylor e da bateria extremamente bem marcada de Mickey Curry, isso sem contar a guitarra voadora de Keith Scott e o Hammond Organ discretíssimo de Tommy Mandel. Junte isso tudo com “aquela” produção e backing vocals tão tradicionais nos álbuns em que “Mutt Lange” mete a mão e você tem, certamente, um tremendo hit.
Mas o ritmo tinha que desacelerar e o maravilhoso mid-pacer “Thought I'd Died And Gone To Heaven” (o quarto single do álbum, atingindo #13 na Billboard Hot 100 e #14 no Mainstream Rock Tracks) se encarregou da tarefa. Com uma envolvente melodia toda construída na dupla baixo/bateria, essa canção ainda traz um pouco mais de teclados – tudo muito discreto – e inserções de guitarra (que passam a acompanhar a melodia do primeiro refrão em diante) bastante precisas, assim como os backing vocals. Essa é uma das canções que eu mais curto nesse álbum e que arrepiavam nos shows da Waking Up The World Tour. Mas os rockers retornam com força na excelente “Not Guilty” que mostra logo de cara as guitarras que moldam a melodia que logo é encorpada pelo baixo e bateria. Outra cacetada que merece ser ouvida sem a menor moderação. Outro mid-pacer (igualmente maravilhoso) surge com “Vanishing” e sua melodia toda amarrada pelo baixo em primeiro plano que tem sua cadência cortada pelas guitarras. Outro destaque nos shows, essa canção merecia muito mais destaque – em minha opinião – já que mostra a perfeita transição entre o som que Bryan Adams fazia até então e a nova sonoridade que “Mutt" Lange incorporou (e que seria mantida ainda cinco anos depois).
“House Arrest” é outro rocker que segue a receita dos anteriores: melodia simples e calcada em guitarras, arranjo despojado e interpretação absolutamente precisa. A qualidade da canção é óbvia, trazendo as assinaturas de Adams/Vallance/Lange que servem de certificado de qualidade. E os três ainda assinam a poderosa balada “Do I Have To Say The Words?” (o sexto single do álbum, chegando a #3 no U.S. Billboard Rock Tracks e #5 no U.S. Billboard Adult Contemporary Chart), uma das mais lindas canções no catálogo de Adams e que também emocionava nos shows. Gosto muito do andamento da melodia e do refrão, onde as guitarras tomam conta do espaço antes ocupado pelo baixo. A tríade ainda é autora de “There Will Never Be Another Tonight” (o terceiro single lançado), um rocker avassalador e que, na verdade, havia sido escrita entre ’88-’89 com o nome de “Buddy Holly Idea”. Com algumas poucas mudanças a canção foi convertida em um dos grandes destaques desse álbum, e outra canção que não poderia faltar durante a tour. Um torpedo certeiro...
Um mid-pacer mais agressivo é “All I Want Is You” (o quinto single), que apresenta andamento levemente mais rápido que o comum para esse tipo de canção e guitarras mais pesadas, quase que no mesmo compasso do baixo. Mas é uma excelente canção, que incorpora todos os elementos mais tradicionais do estilo, elementos esses que podem ser conferidos em “Depend On Me”, um mid-pacer clássico com belíssimo trabalho das guitarras – acústica e elétrica – e bateria marcada ao extremo. Além disso, o refrão é contagiante e, até certo ponto, discreto em relação a outras canções que seguem a mesma linha. E então temos “(Everything I Do) I Do It For You”, canção que dispensa comentários. A idéia para a canção surgiu do falecido Michael Kamen, que ofereceu a oportunidade à Kate Bush, Lisa Stansfield e Annie Lennox, mas todas recusaram. Quando David Kershenbaum – da Morgan Creek Records – soube, convidou Bryan Adams para escrever apenas a letra, e ele aceitou na hora. Ao final, o resultado não agradou aos executivos que tentaram a todo custo fazer com que o canadense re-escrevesse o material, coisa que ele veementemente recusou-se a fazer. Até que ele gravou a canção por conta e mostrou aos pessoal do estúdio, que acabou cedendo, mas ainda não queria que a canção aparecesse na trilha sonora do filme Robin Hood: Prince Of Thieves!!! Milhões de dólares depois – e a inserção no Guinness Book Of Records como o single mais vendido da história (até 1997, quando Sir Elton John suplantou essa marca com a regravação de “Candle In The Wind”) tenho certeza de que ninguém se arrepende de coisa alguma. Talvez Bryan Adams, que disse em sua biografia que odiou o vídeo que, realmente, é ridículo.
O clima de romance acaba ali, já que seguem três rockers de respeito: a bacana “If You Wanna Leave Me (Can I Come Too?)” tem o baixo carregando a melodia entrecortada por guitarras e backing vocals fantásticos, como de costume. Mas o melhor ainda viria com “Touch The Hand” (o sétimo e último single) e suas guitarras ácidas acompanhadas da bateria bate-estaca de Mickey Curry. Uma paulada na sua cabeça e um dos rockers mais bacanas da carreira de Adams, e uma canção de incendiava os shows, pode ter certeza. O álbum fecha com “Don't Drop That Bomb On Me” que tem melodia até bacana, mas foca muito em questões ambientais – causa que o canadense defende há mais de 20 anos - o que acaba por deixar a canção cansativa.
Seja como for, esse permanece o melhor álbum da segunda fase da carreira de Bryan Adams e, certamente, um dos melhores de todo o catálogo do canadense. Não vou perder tempo falando da idiota controvéria da CRTC (Canadian Radio-television And Telecommunications Commission) que dizia que o álbum não era considerado canadense por ter a participação de um inglês (o produtor “Mutt” Lange). Prefiro dar ênfase às mais de 15 milhões de cópias vendidas até hoje – e continuam aumentando – e à exímia produção de Robert John “Mutt Lange”, o responsável por elevar o nível do trabalho de Bryan Adams à um patamar que muitos consideravam impossível de ser alcançado. Ainda, “Waking Up The Neighbours” é apontado como um dos melhores álbuns da década de 90, o que se verifica facilmente antes da metade do trabalho. Se você é uma dessas pessoas que acha que Bryan Adams só grava baladas, procure sua cópia desse álbum aqui e prepare-se para uma excelente surpresa.
Bryan Adams – Waking Up The Neighbours
Released on Sep. 24th on A&M Records
Cat. #397 164-2
Tracklist
01. Is Your Mama Gonna Miss Ya?
02. Hey Honey - I'm Packin' You In
03. Can't Stop This Thing We Started
04. Thought I'd Died And Gone To Heaven
05. Not Guilty
06. Vanishing
07. House Arrest
08. Do I HaveTo Say The Words?
09. There Will Never Be Another Tonight
10. All I Want Is You
11. Depend On Me
12. (Everything I Do) I Do It For You
13. If You Wanna Leave Me (Can I Come Too?)
14. Touch The Hand
15. Don't Drop That Bomb On Me
Musicians
Bryan Adams – vocals, rhythm guitars
Keith Scott - lead guitars
Tommy Mandel - Hammond organ
Dave Taylor - bass
Mickey Curry - drums
Guest Musicians
Phil Nicholas - keyboards and programming
Robbie King - Hammond organ
Bill Payne - piano and Hammond organ
Larry Klein - bass
Ed Shearmur - keyboards
The Tuck Back Twins - background vocals
Released on Sep. 24th on A&M Records
Cat. #397 164-2
Tracklist
01. Is Your Mama Gonna Miss Ya?
02. Hey Honey - I'm Packin' You In
03. Can't Stop This Thing We Started
04. Thought I'd Died And Gone To Heaven
05. Not Guilty
06. Vanishing
07. House Arrest
08. Do I HaveTo Say The Words?
09. There Will Never Be Another Tonight
10. All I Want Is You
11. Depend On Me
12. (Everything I Do) I Do It For You
13. If You Wanna Leave Me (Can I Come Too?)
14. Touch The Hand
15. Don't Drop That Bomb On Me
Musicians
Bryan Adams – vocals, rhythm guitars
Keith Scott - lead guitars
Tommy Mandel - Hammond organ
Dave Taylor - bass
Mickey Curry - drums
Guest Musicians
Phil Nicholas - keyboards and programming
Robbie King - Hammond organ
Bill Payne - piano and Hammond organ
Larry Klein - bass
Ed Shearmur - keyboards
The Tuck Back Twins - background vocals
Um comentário:
What an amazing review (more of a story)!!!!
Like I said, you should issue a book on AOR. I will be the first one to buy it!!! hahahaha
Postar um comentário