A Holanda não tem tradição no universo dos bons sons, mas a loirosa Jacklyn deixou sua marca em 1996, quando lançou “Marble Rose”, álbum que passou batido no cenário. Na verdade, esse material quase foi lançado em 1993, pela gravadora alemã Shark Records. O material editado três anos mais tarde – e que compõe esse álbum – é uma coleção de demos de alta qualidade.
O álbum começa com “Voices”, um rocker bem elaborado onde destaco as guitarras sempre precisas, viajando ao lado da bateria e do baixo incansáveis. Não é nenhuma maravilha, mas não faz feio também. Mas prefiro “My Love Will Stay” com suas guitarras apresentando mais variações e com um refrão muito mais convincente e empolgante. Aqui sim, o álbum começa a mostrar que tem qualidade, sendo essa canção o primeiro destaque do álbum. Em “Into The Light” o ritmo acelera mas as viradas na melodia entre versos e refrão me desagrada um pouco, já que faz a canção soar desconexa. Já “Heartbreaker” apresenta arranjo melhor amarrado, especialmente no equilíbrio entre os discretíssimos teclados e as guitarras sempre em primeiro plano, fator determinante em qualquer rocker de qualidade que se preze. Elejo essa canção como outro destaque do álbum, com toda certeza.
Outra canção que apresenta arranjo cheio de viradas é “Keep Goin’” e, claro, soa chato demais. Apostar no mais simples costuma dar certo, mas nem todo produtor se convence disso e enfeita o que não precisa. Mas em “Waterfall” o arranjo está enxugado e mais direto, consequentemente mais agradável, e sem perder a pegada. Mais uma canção bacana que merece sua atenção. Em “Little Girl” temos uma boa canção, mas o arranjo não me agrada, especialmente, na quebra do andamento após o refrão e na entrada do verso subseqüente. Mas não merece passar batida, insista um pouco em quem sabe, você pode acabar convencido por ela. Já “Questions & Answers” é a primeira balada do álbum, e tem toda a primeira parte construída em formato acústico, sendo que os outros instrumentos se apresentam em seguida. Uma boa canção, mas novamente acredito que um arranjo mais simples funcionaria melhor.
Outra canção que se enquadra na categoria citada acima é “One More Chance”, cuja melodia é até bacana, mas o arranjo, cheio de firulas, acaba soando cansativo e até mesmo redundante. Mas em “I Can't Love” tudo funciona perfeitamente, especialmente a melodia e andamento, além das guitarras na medida certa e da quase total ausência de teclados. Considero essa a melhor canção do álbum e recomendo uma audição sem receio de incomodar os vizinhos. Entretanto, “Broken Heart” é uma daquelas canções que você quer gostar, mas parece não conseguir. Há alguma coisa nela que não combina com o resto e isso acaba tirando o brilho da coisa toda, lamentavelmente. Em “Marble Rose” temos mais um rocker com arranjo rebuscado e, como já sabemos, chato.
O álbum fecha com as bacanas “We Can Try” – um mid-pacer mais pesado e muito bacana, com guitarras cortantes e teclados discretos – e “Where Does Our Mind Go?”, rocker muito bem construído e que apresenta as mesmas características da canção anterior. Aqui você tem a sensação de que valeu a pena ter ouvido canções irregulares para ser surpreendido ao final do álbum.
Em resumo, apesar de irregular – de maneira geral – esse álbum apresenta algumas boas surpresas, e são elas que justificam sua compra. Mesmo sendo demos, as canções tem muita qualidade e imagino como elas poderiam ter acabado com produção propriamente dita. Os vocais de Jacklyn não são arrebatadores, mas funcionam perfeitamente aqui. E por isso tudo, recomendo o álbum à vocês.
JACKLYN – Marble Rose
Released in 1996 through Long Island Records.
Cat. # LIR00127
Tracklist
01. Voices
02. My Love Will Stay
03. Into The Light
04. Heartbreaker
05. Keep Goin'
06. Waterfall
07. Little Girl
08. Questions & Answers
09. One More Chance
10. I Can't Love
11. Broken Heart
12. Marble Rose
13. We Can Try
14. Where Does Our Mind Go?
Musicians
Jacklyn - Vocals
Ronald Willemse - Lead & Acoustic Guitar, Bass, Keyboards
Peter Van De Kletersteeg - Lead Guitar, Bass, Keyboards
Jay Jay Backing - Vocals
O álbum começa com “Voices”, um rocker bem elaborado onde destaco as guitarras sempre precisas, viajando ao lado da bateria e do baixo incansáveis. Não é nenhuma maravilha, mas não faz feio também. Mas prefiro “My Love Will Stay” com suas guitarras apresentando mais variações e com um refrão muito mais convincente e empolgante. Aqui sim, o álbum começa a mostrar que tem qualidade, sendo essa canção o primeiro destaque do álbum. Em “Into The Light” o ritmo acelera mas as viradas na melodia entre versos e refrão me desagrada um pouco, já que faz a canção soar desconexa. Já “Heartbreaker” apresenta arranjo melhor amarrado, especialmente no equilíbrio entre os discretíssimos teclados e as guitarras sempre em primeiro plano, fator determinante em qualquer rocker de qualidade que se preze. Elejo essa canção como outro destaque do álbum, com toda certeza.
Outra canção que apresenta arranjo cheio de viradas é “Keep Goin’” e, claro, soa chato demais. Apostar no mais simples costuma dar certo, mas nem todo produtor se convence disso e enfeita o que não precisa. Mas em “Waterfall” o arranjo está enxugado e mais direto, consequentemente mais agradável, e sem perder a pegada. Mais uma canção bacana que merece sua atenção. Em “Little Girl” temos uma boa canção, mas o arranjo não me agrada, especialmente, na quebra do andamento após o refrão e na entrada do verso subseqüente. Mas não merece passar batida, insista um pouco em quem sabe, você pode acabar convencido por ela. Já “Questions & Answers” é a primeira balada do álbum, e tem toda a primeira parte construída em formato acústico, sendo que os outros instrumentos se apresentam em seguida. Uma boa canção, mas novamente acredito que um arranjo mais simples funcionaria melhor.
Outra canção que se enquadra na categoria citada acima é “One More Chance”, cuja melodia é até bacana, mas o arranjo, cheio de firulas, acaba soando cansativo e até mesmo redundante. Mas em “I Can't Love” tudo funciona perfeitamente, especialmente a melodia e andamento, além das guitarras na medida certa e da quase total ausência de teclados. Considero essa a melhor canção do álbum e recomendo uma audição sem receio de incomodar os vizinhos. Entretanto, “Broken Heart” é uma daquelas canções que você quer gostar, mas parece não conseguir. Há alguma coisa nela que não combina com o resto e isso acaba tirando o brilho da coisa toda, lamentavelmente. Em “Marble Rose” temos mais um rocker com arranjo rebuscado e, como já sabemos, chato.
O álbum fecha com as bacanas “We Can Try” – um mid-pacer mais pesado e muito bacana, com guitarras cortantes e teclados discretos – e “Where Does Our Mind Go?”, rocker muito bem construído e que apresenta as mesmas características da canção anterior. Aqui você tem a sensação de que valeu a pena ter ouvido canções irregulares para ser surpreendido ao final do álbum.
Em resumo, apesar de irregular – de maneira geral – esse álbum apresenta algumas boas surpresas, e são elas que justificam sua compra. Mesmo sendo demos, as canções tem muita qualidade e imagino como elas poderiam ter acabado com produção propriamente dita. Os vocais de Jacklyn não são arrebatadores, mas funcionam perfeitamente aqui. E por isso tudo, recomendo o álbum à vocês.
JACKLYN – Marble Rose
Released in 1996 through Long Island Records.
Cat. # LIR00127
Tracklist
01. Voices
02. My Love Will Stay
03. Into The Light
04. Heartbreaker
05. Keep Goin'
06. Waterfall
07. Little Girl
08. Questions & Answers
09. One More Chance
10. I Can't Love
11. Broken Heart
12. Marble Rose
13. We Can Try
14. Where Does Our Mind Go?
Musicians
Jacklyn - Vocals
Ronald Willemse - Lead & Acoustic Guitar, Bass, Keyboards
Peter Van De Kletersteeg - Lead Guitar, Bass, Keyboards
Jay Jay Backing - Vocals
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