sexta-feira, 18 de junho de 2010

ENTREVISTA COM JIMI JAMISON

Uma das mais reconhecidas e respeitadas vozes no universo dos bons sons, Jimi Jamison é quase que uma unânimidade no cenário. Com uma carreira que beira a perfeição a frente do Survivor, excelentes álbuns solo e várias canções gravadas para filmes, Mr. Jamison me concedeu esta entrevista no início do mês e falamos de tudo um pouco. Inclusive, ele me revelou seu próximo projeto, que será realizado em parceria com outro grande nome do universo dos bons sons e, no final. ainda deixou uma mensagem especial à uma nibelunga, fã de carteirinha do cara.

Antes do Survivor, você cantou no Target e Cobra, ambas com sonoridade um pouco mais pesada. Mas antes disso, você cantava soul music, correto?

Jimi Jamison: Correto. Sendo de Memphis,Tenessee, éramos cercados de rhythm & blues e soul music, então, naturalmente fui influenciado pelos sons da Stax Records & Motown.

Como você foi chamado para integrar o Survivor?

Jimi Jamison: Na época em que eles perderam seu vocalista, minha banda – Cobra – na Epic Records se separou. Um dos executivos da gravadora sugeriu que eu tentasse a vaga. Fui para Chicago e ensaiei com a banda. Eles ainda experimentaram outros vocalistas e cerca de um mês depois me chamaram para o Survivor.

O Survivor já tinha quatro álbuns e, portanto, não era uma banda nova quando “Vital Signs” foi lançado, em 1984. Entretanto, aquele album permanence uma unânimidade entre os fãs e é o album com a maior quantidade de canções famosas. O sucesso repentino com o novo vocalista supreendeu a banda e, por conseqüência, você mesmo?

Jimi Jamison: Nos surpreendeu em um primeiro momento mas éramos mais uma nova banda lançando seu primeiro álbum. Depois do sucesso de “Vital Signs” mais pessoas se deram conta de que a banda já tinha outros álbuns anteriores.

O Survivor já tinha gravado “Eye Of The Tiger” para a trilha Sonora do filme Rocky III. E você teve a chance de gravar “Burning Heart” para a trilha de Rocky IV. Você pensou que teria que manter o nível da canção anterior, quero dizer, o mesmo nível de qualidade?

Jimi Jamison: Na verdade não, não senti pressão alguma. Apenas estava fazendo o que sempre fiz e torcendo pelo melhor resultado possível.

Naquela época, todas as canções eram escritas por Jim Peterik e Frankie Sullivan, mas no album “When Seconds Count”, de 1986, você foi co-autor que quarto canções: "Keep It Right Here", "Man Against The World", "Rebel Son" e "In Good Faith". Todas excelentes canções, devo dizer. Foi fácil se juntar à dupla de compositores do Survivor?

Jimi Jamison: É sempre difícil se integrar à um time de compositors já estabelecido, mas eu sempre levava idéias e gentilmente os caras me deram espaço depois de um tempo.
Para o album “Too Hot To Sleep” – de 1988 - o Survivor tinha perdido o baterista Marc Droubay e o baixista Stephan Ellis, mas o trio Jamison/Peterik/Sullivan permaneceu intacto. Você acha que a ausência daqueles dois músicos afetou a banda, de alguma maneira?

Jimi Jamison: É sempre difícil perder membros originais. Em relação ao som da banda, mudou um pouco sim, mas nunca de uma maneira que os fãs não reconhecessem mais o som original da banda.

Pessoalmente, acho que “Too Hot To Sleep” é um álbum que não teve o devido reconhecimento. Há grandes canções como “Didn’t Know It Was Love”, “Desperate Dreams”, "Tell Me I'm The One" e “Across The Miles”, todas mantendo a sonoridade clássica do Survivor. Mas há algumas canções com approach diferente, como “She’s A Star”, “Here Comes Desire” e “Rhythm Of The City”. Essas canções me lembram muito “When Love Comes Down”, seu primeiro álbum solo, lançado três anos depois. Ele foi uma extensão do trabalho com o Survivor? Uma coincidência? Nenhuma das anteriores?

Jimi Jamison: Eu acho que foi uma coincidência. Eu nunca pensei em gravar uma extensão do “Too Hot To Sleep” enquanto gravava “When Love Comes Down”. Aconteceu naturalmente.

E, para que conste aqui, na minha opinião, “Across The Miles” é a melhor balada que o Survivor já gravou, e uma das suas interpretações que eu mais gosto...

Jimi Jamison: Eu concordo. É a minha favorita também. Deveria ter sido lançada como single logo de cara.

Ao longo dos anos 90 você gravou uma série de canções para filmes e programas de televisão. Como você escolhia quais projetos realizar e quais deixar passer? Algum deles tem um lugar especial em seu coração?

Jimi Jamison: Baywatch se tornou uma espécie de projeto familiar para mim. Depois que o programa foi sindicalizado, todos envolvidos aceitaram uma redução de salário para continuar produzindo um programa semanal de qualidade.

Ainda nos anos 90, você fez várias tours com o nome Survivor, o que resultou em uma batalha judicial com Jim Peterik e Frankie Sullivan pelos direitos de uso do nome. Para encurtar uma loooonga história, foi tudo resolvido, não?

Jimi Jamison: Sim, foi tudo resolvido há algum tempo. Não havia Survivor naquela época. Eu apenas não quis que as pessoas esquecessem da banda, então tentei manter o nome em evidência.

Em 1999 você surpreendeu os fãs com “Empires”, seu segundo álbum solo, mas dessa vez, com um approach mais pesado, mais melodic rock. Foi uma mudança planejada ou simplesmente aconteceu como uma evolução natural de sua música?

Jimi Jamison:
Na verdade, o plano é que deveria ter sido ainda mais pesado, então acredito que foi uma evolução natural do trabalho anterior mesmo.

No início dos anos 2000, você se reuniu com Frankie Sullivan e Jim Peterik para escrever novo material. Canções como “Velocitized”, “Reach” e “Fire Makes Steel” foram consideradas para integrar a trilha sonora dos filmes “Driven” e “Rocky Balboa”, respectivamente, ambos com Sylvester Stallone. Vocês souberam o porque essas canções não foram escolhidas?

Jimi Jamison:
Não, nunca descobri porque elas não foram escolhidas, mas depois que assisti aos filmes não fiquei tão decepcionado pelas canção não fazerem parte daquilo. Hahahaha.

Em 2006 o Survivor retornou ao cenário com “Reach”, o primeiro album a ter você e Frankie Sullivan juntos desde 1988. Como foi o processo de reunião com ele?

Jimi Jamison:
Frank e eu trabalhamos muito bem juntos. Ele é um bom produtor e agitamos muitas platéias juntos.

Jim Peterik não participou daquele album, acredito por ele estar envolvido com o projeto Pride Of Lions. Você acha que o album poderia ter uma sonoridade melhors – ou, ao mínimo, diferente – se Peterik tivesse se juntado à você e Sullivan?

Jimi Jamison
: Naturalmente teria afetado a sonoridade de alguma maneira, mas tentamos nos manter fiéis ao som do Survivor para que não tivéssemos que mudar muita coisa. Mas gravamos canções escritas por ele.

Há cerca de um ano atrás, perguntaram à Jim Peterik – em uma entrevista – se ele tinha ouvido o Survivor com Robin McAuley nos vocais. Peterik disse que ele não faria comentários, mas ficou muito claro que ele não havia gostado. Pessoalmente, achei horrível e sua voz não se encaixa nas músicas da banda, apesar de ele ser um ótimo vocalista. Você já ouviu McAuley cantando o material do Survivor? Tem alguma opinião sobre isso?

Jimi Jamison:
Acho que nunca o ouvi cantando. Mas ouvi dizer que ele é uma pessoa bacana.

A Volcano Entertainment (atualmente parte de Jive Label Group, a qual pretence à Sony Music Entertainment) tem o Survivor em seu cast, e desde Agosto de 2009 ele retiraram de catálogo a maior parte dos álbuns do Survivor. Foi uma decisão equivocada, não?

Jimi Jamison:
Sem dúvida. Mas sei que outras gravadoras estão licenciando o material para re-lançamentos.

Jimi, para encerrarmos o assunto Survivor: é um exagero dizer que uma reunião da banda está fora de cogitação?

Jimi Jamison:
Nesse momento eu diria que sim, mas…hey…eu parei de adivinhar o future...hehehe.

Em 2008, “Crossroad Moment” foi lançado. E meu amigo, que álbum é aquele! Perfeito melodic rock. Ouvi muitas pessoas comparando sua performance naquele álbum com a de “Vital Signs”, até mesmo com alguns dizendo que foi ainda melhor. Você concorda com isso?

Jimi Jamison:
Concordo totalmente. Em minha opinião, a performance atual é muito melhor em comparação com a anterior.

Você declarou em uma entrevista que a Frontiers Records já tinha proposto à você a gravação de um outro álbum anteriormente. O que o levou a aceitar a proposta dessa vez?

Jimi Jamison:
Essa gravadora apóia totalmente nossa música e acredita nela. É uma das poucas gravadoras de verdade, com pessoas controlando e dirigindo o negócio.

Pouco antes do lançamento, muitas pessoas diziam que seria um “novo album do Survivor. Eu até concordo que canções como “Crossroads Moment”, “Bittersweet” e “That’s Why I Sing” soam bastante como Survivor, mas no geral, o album apresenta uma sonoridade que fica entre o Survivor e o Pride Of Lions, especialmante os teclados, não acha?

Jimi Jamison:
É natural para mim soar daquela maneira quando trabalho com Jim Peterik em um album desde o início. Jim também produziu o album.

Alguns músicos, na verdade, trabalham com Jim Peterik no Pride Of Lions, como o guitarrista Mike Aquino, o baterista Ed Breckenfeld e o tecladista Christian Cullen. Deve ter sido mais fácil obter a sonoridade que vocês almejavam para o álbum, não? Quero dizer, levando em conta que a banda já conhece o método de trabalho de Peterik...

Jimi Jamison:
Facilitou muito, com certeza. E todos são grandes músicos.

Vamos falar um pouco das canções: como eu disse anteriormente, algumas delas me lembram o Survivor, especialmente nos refrões! Eu apontaria “Crossroads Moment”, “Bittersweet” e “That’s Why I Sing” como melhores exemplos disso…

Jimi Jamison:
“That’s Why I Sing” foi, na verdade, composta há dez anos atrás. Gosto muito dela e pedi para Jim retirá-la do arquivo para que fosse gravada. Já em ‘”Bittersweet” nós tentamos resgatar a sonoridade do “Vital Signs” trazendo Mickey Thomas para fazer a harmonia, como ele havia feito em todas as canções do “Vital Signs”. E “Crossroads Moment” é a minha favorita. Ela se tornou o título do álbum no momento em que foi gravada.

E as baladas são lindas! “Lost” é uma das minhas favoritas…

Jimi Jamison:
Foi uma das últimas canções a serem gravadas. Sempre temos dúvidas em relação a direção que o álbum vai seguir, e por isso acho que ela foi uma escolha bastante natural.

E "When Rock Was King" traz participações intimidantes, no bom sentido: Don Barnes, Mike Reno, Mickey Thomas, Dave Bickler, Joe Lynn Turner. Como eles se envolveram nas gravações? Quero dizer, como você conseguiu reuní-los?

Jimi Jamison:
São todos meus amigos, com quem toco em outras bandas de vez em quando. Eeles aceitaram imediatamente quando foram convidados e não foram pagos para isso.São amigos mesmo! E eu faria o mesmo por qualquer um deles.

E Thom Griffin também participa. Ele fez a maioria dos backging vocals no album, não?

Jimi Jamison:
Fez sim. Tom é um vocalista inacreditável e sou agradecido e me sinto extremamente sortudo por ter tido a chance de ter sua voz em meu álbum.

Mudando de assunto, eu gostaria de falar sobre o mercado da música. Nos anos 80, a realidade era absolutamente outra. Divulgar um álbum era um processo que demandava muito tempo, com muitas viagens, aparições em programas de televisão, entrevistas em rádios, etc... . Hoje, a internet tornou tudo muito mais prático, mas parecer ter afastado os artistas de seu public, de uma certa maneira. Como você compara os dois momentos, digo, os anos 80 e o cenário atual?

Jimi Jamison: É totalmente diferente agora. Há muitas escolhas em relação a música que acaba fazendo com que canções de qualidade acabem passando desapercebidas. Eu acho que a internet é ótima para o público quando se trata de música, mas não tenho tanta certeza que seja tão bom para o artista como muitos pensam.

Hoje em dia, a internet é a ferramenta mais ponderosa para promover um álbum, artista, seja lá o que for. Entretanto, a pirataria é uma realidade e assunto constante onde quer que se discuta música. Alguns artistas até apóiam a distribuição gratuita de músicas pela internet, enquanto outros são críticos ferozes. Onde você se localiza entre os dois extremos?

Jimi Jamison
: Eu concordo que é extremamente fácil para qualquer um baixar material gratuitamente da internet.

Vamos falar sobre o Brasil, meu amigo. Você já esteve aqui duas vezes, certo? A última vez que o vi foi em Curitiba, em 2008, com Jeff Scott Soto, em um show destruidor. Quais as suas lembranças do país?

Jimi Jamison:
Cara…eu estava tão doente naquele show que nem gosto de lembrar. Mas amo tocar no Brasil. Vocês sabem como apoiar os músicos que gostam. Jeff é um grande cantor e grande amigo.

Há alguma chance de vê-lo por aqui em breve?

Jimi Jamison:
Na verdade, estamos trabalhando nisso agora.

E os planos para o futuro?

Jimi Jamison:
Bobby Kimball e eu estamos planejando um cd de duetos para muito breve. Será um ótimo álbum e estou muito animado coma idéia.

Jimi, foi uma grande prazer falar com você. Essa oportunidade significa muito, como fã de longa data de seu trabalho e como fã de AOR/Melodic Rock. Eu lhe desejo o melhor e ainda mais sucesso, se é que isso é possível. As portas da AORWatchTower estão sempre abertas à você.

Take care…be safe…God bless…

Rock on…

Jimi Jamison:
Vocês fãs são os melhores. Sem vocês não somos nada. Fiquem com Deus

Special note to Adriana Cillepi, from Australia

Adriana,

Thank you so much for listening to my music. It is because of great people like you that we all keep doing what we do.

Love always,

Jimi Jamison

2 comentários:

Anônimo disse...

The most anticipated interview has arrived....yippeeee

I have enjoyed reading this amazing interview, especially Jimi’s answers to the questions asked.

In particular when talking a little bit about the songs “Crossroads Moment”, “Bittersweet, and “That’s why I sing” as best examples. Having learnt the song “That’s why I sing” was recorded ten years ago, surely came as a surprise and I would have thought that it would have been released earlier. On the actual cover, he quotes this song as:

“This the most joyous song I’ve ever sung. Every harmony. Every melody. Every lead line puts a smile on my face. This is all about the reason I fell in love with the music in the first place. The music fills my heart – that’s why I sing”

When I first heard this song, the lyrics just blew me away and I felt the passion and music move right through my soul that just makes you want to sing along, and Jimi if you are reading this, they are the most beautiful words ever written and I couldn't agree with you more.

Every harmony and every melody on this album is pure heaven. The ballads are all beautiful but the song “As is” is a major highlight for me as Jim’s sings with so much passion and meaning that sends shivers down my spine.

It is exciting to learn and hear that Jimi & Bobby are planning a CD of duets. I hope to expect good sounds from this duo.

I take this opportunity to express my gratitude to Juliano and Jimi for this wonderful surprise. Jimi, this special note means a lot to me. Millions of thanks!!! Love always

and as Juba San says "Rock on...

Palavra do Uirapuru disse...

Perfeito o documentario...

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