sexta-feira, 18 de junho de 2010

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Uma das maiores compositoras contemporâneas no cenário AOR/AC Rock, a new yorker Holly Knight já escreveu canções para muita gente grande, gente do calibre do Heart, Tina Turner, Phil Collins, Bruce Springsteen, Kiss, Pat Benatar, Device (projeto do qual participou como vocalista e tecladista), Lou Gramm, Jimmy Barnes, Aerosmith, Cheap Trick, Charlie Sexton, Lita Ford, Paul Stanley, Bon Jovi, Scandal e muitos outros. Em 1988, depois de anos produzindo material de qualidade para outros nomes, ela resolveu lançar um álbum próprio, mas com approach absolutamente AC Rock e temperado com doses saudáveis de pop, mas com qualidade de sobra. Acompanhada de alguns dos melhores session musicians do mercado, o resultado só poderia ser excelente.

A atmosfera AC Rock se faz notar desde a introdução levemente pop de “Heart Don’t Fail Me Now” (assista ao vídeo
aqui), mas também se percebe não ser material descartável. Uma volumosa base de baixo e guitarras muito bem colocadas enfeitam a melodia que conta com sintetizadores e uma linha vocal muito agradável, e com backing vocals de Daryl Hall. No mesmo molde melódico temos “Every Man’s Fear”, um radio friendly rocker muito bacana, especialmente as guitarras, sempre precisas. A dose de teclados e sintetizadores é perfeita e a melodia, como não poderia deixar de ser, favorece os vocais de Ms. Knight. Em seguida surge “Sexy Boy”, um mid-pacer arrebatador e bastante característico nos anos 80. Essa canção me remete aos melhores momentos de Amy Grant – inclusive na parte vocal – e conta com um elegante sax que surge eventualmente, o que torna a melodia ainda mais envolvente. Considero estas três primeiras canções destaques absolutos do álbum, sem medo de errar.

Mantendo o alto nível do álbum temos “It’s Only Me”, canção que tem um dos arranjos mais bacanas do álbum todo. Gosto muito do andamento e, especialmente, da linha de baixo que se faz presente na canção toda. O refrão é discreto, porém, marcante. Vale a pena uma audição mais cuidadosa dessa canção, acredite. Em “Palace Of Pleasure” o ritmo diminui e a primeira balada aparece com melodia que não me agrada muito, apesar de o refrão soar muito bem. Até gosto bastante do clima todo construído ao longo da canção, mas acho a melodia um pouco fora de centro. Enfim, ouça e tire suas próprias conclusões. Outro exemplo de radio friendly rock sofisticado é “Why Dont'cha Luv Me (Like You Used To)”, com seu sax e arranjo que mais parece westcoast embrulhado em pop. O resultado é bacana, confesso, apesar de não ser nenhuma novidade, nem mesmo na época em que o álbum foi lançado. Entretanto, a altíssima qualidade musical da banda transforma uma canção simples em algo muito especial.

Um pouco mais animada, “Baby Me” soa bastante como Eighth Wonder e me agrada, claro. Mais uma vez, destaco a linha de baixo na melodia muito bem amarrada. O refrão é um caso a parte, e sempre eficiente. Já as guitarras são tão discretas que, a não ser pelo solo, elas quase não se fazem perceber. Então chega “Love Is A Battlefield”, canção que fez muito sucesso com Pat Benatar em 1983 e que ganha novo arranjo, mais lento e envolvente. Talvez por estar muito mais acostumado à versão original, essa canção precisou de várias audições até me convencer, mas no final venceu minha resistência. Confesso ter sido uma surpresa ouvir uma canção tão conhecida com um arranjo inovador, mas acredito estar justamente aí o seu segredo. Vale ouvir com calma, meus caros. Mais um mid-pacer se apresenta na ótima “Nature Of The Beast”, com seu arranjo mais simples e melodia excelente. Aqui as guitarras estão bem mais presentes, mas sem excessos. E gosto muito da harmônica que passeia pela canção sem invadir nenhum espaço. Outro destaque do álbum, sem dúvida. E “Howling At The Moon” encerra a festa em grande estilo, e com andamento que lembra bastante o usado na versão de “Love Is A Battlefield” presente neste álbum. Gosto das guitarras e do baixo que pulsa entre os teclados e a bateria sempre bem marcada. Bela canção, com certeza.

Em resumo, nibelungas e nibelungos, um belíssimo álbum de AC Rock embrulhado em pop, como já disse anteriormente. Eu adoraria ouvir essas canções com um approach mais AOR, mas o que temos aqui é uma verdadeira pérola, especialmente se você for um entusiasta dos bons sons dos anos 80, como eu. A qualidade que você encontra aqui está muito acima da média de qualquer álbum da época e, pode ter certeza, dá pau em muito material lançado nos anos seguintes. Infelizmente, este é o único álbum gravado por Holly Knight que, com seus múltiplos talentos, optou por continuar compondo grandes canções para outros grandes nomes do universo dos bons sons. Seja como for, eu recomendo muito este álbum e, se possível, compre um exemplar. O investimento é certeiro, pode crer.

HOLLY KNIGHT – Holly Knight
Released in 1988 through Columbia
Cat. # CK 44243

Tracklist
01 Heart Don't Fail Me Now
02 Every Man's Fear
03 Sexy Boy
04 It's Only Me
05 Palace Of Pleasure
06 Why Dont'cha Luv Me (Like You Used To)
07 Baby Me
08 Love Is A Battlefield
09 Nature Of The Beast
10 Howling At The Moon


Musicians
Holly Knight - Lead vocals, keyboards, synthesizers, programming, backing vocals
Nancy Wilson - Acoustic guitar, backing vocals
Gene Black - Guitars, backing vocals
Nathan East - Bass
John Robinson - Drums
Kenny Aronoff - Drums
Sammy Merendino - Drum sequencing
Jimmy Z - Harmonica
Lou Cortelezzi - Saxophone
Michael Brecker - Saxophone
Paulkinho Da Costa - Percussion
Bashiri Johnson - Percussion
Chris Lord-Alge - Backing Vocals
Daryl Hall - Backing Vocals
Mark Rivera - Backing Vocals
Pat Buchanan - Backing Vocals
Phil Roy - Backing Vocals

Um comentário:

Anônimo disse...

Excellent recommendation. I own a copy of this album and like Juba San it is worth having in your collection.

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