Todo amante dos bons sons sabe quem é Kevin Chalfant. Na ativa desde o final da década de 70, ele já integrou grandes bandas como 707, The V.U., The Storm e mais recentemente, Two Fires. Nessa entrevista, falamos sobre todas essas bandas, além de abordarmos sua carreira solo, Journey, as intermináveis comparações com Steve Perry e muito mais. Com vocês, Mr. Kevin Chalfant...
01. Você iniciou sua carreira na 707 em 1982 e passou a integrar a Steel Breeze em 1984, e ainda gravou "Hold On To The Vision" (com Joe Satriani nas guitarras) para a trilha sonora do filme No Retreat, No Surrender. Era muita coisa acontecendo quase que ao mesmo tempo, não?
Kevin Chalfant: Era uma época muito empolgante. Eu trabalhei muito para me estabelecer nesse meio e, como consequencia, muitas coisas aconteceram em pouco tempo. É tudo como um borrão para mim hoje. Foi o primeiro capítulo.
02. Em seguida, você fez parte da The V.U., que contava com grandes músicos como o baterista Prairie Prince, o veterano baixista Ross Valory, o guitarrista Steff Burns e o tecladista Tim Gorman. Pessoalmente, considero "Phoenix Rising" um legítimo clássico do AOR, mas mas levou quinze anos para ser lançado em cd. O que aconteceu para justificar tamanho atraso?
Kevin Chalfant: O mercado estava inchado com esste tipo de música e de bandas naquela época. O Journey estava em férias e a música nos Estados Unidos estava mudando, Novas sonoridades estavam emergindo. Essa sonoridade mais clássica foi reapresentada à uma nova geração e a banda finalmente teve o álbum lançado em cd. Na época, cada membro da banda havia encontrado novos caminhos.
03. Josh Ramos tocou guitarras no álbum, junto com Marty Friedman, certo? Aquele foi seu primeiro contato com Josh?
Kevin Chalfant: Eu conheci Josh no Prairie Sun Recoring Studio com o engenheiro Steve Fontano em uma sessão de gravação. Nós convidamos Josh para gravar algumas linhas de guitarra no material da The V.U. e, da mesma forma, chamamos Marty. Nós estávamos buscando uma certa sonoridade nas guitarras. Todos eles eram e ainda são excelentes guitarristas. Eu adoraria gravar com todos os três novamente.
04. Em 1991 você retornou ao cenário com o The Storm, uma maravilhosa banda de AOR e que contava com as ilustres presenças de Steve Smith, Ross Valory e Gregg Rolie e, mais uma vez, Josh Ramos. Como a banda se formou?
Kevin Chalfant: Eu já conhecia Ross e Steve e Josh. Conheci Gregg participando de alguns projetos fazendo backing vocals juntos para outros artistas. Nós trocamos informações para contato, mas não nos falamos durante um tempo. Ambos fomos convidados para assistir alguns jogos do San Francisco 49ERS nos camarotes de um dos donos do time, juntamente com Herbie Herbert e, na ocasião, ficamos falando sobre compormos juntos. Uma semana depois, o irmão mais velho de Gregg nos desafiou a escrevermos material juntos e disse 'Yeah, vocês deveriam escrever algumas canções juntos e começar uma banda chamada The Procrastinators'! Bem, aquilo era o que fatava para que nos encontrássemos e compuséssemos "I’ve Got A Lot To Learn About Love" e "Show Me The Way". Foi o início do The Storm.
05. Eu confesso que na primeira vez que ouvi "I’ve Got A Lot To Learn About Love" - enquanto viajava para San Diego - jurava que estava ouvindo a nova canção de Steve Perry…
Kevin Chalfant: Steve se estabeleceu permanentemente na história do rock como um dos mais importantes de todos os tempos. Ele surgiu no cenário muitos anos antes de mim e isso foi um pouco frustrante, pessoalmente. Não só as pessoas achavam que eu soava como ele, como muitas delas - especialmente da região de Illinois, de onde eu vim - confundiam nossas vozes no rádio. A semelhança de estilos é assombrosa, mas acima de tudo, eu acho que a estrutura gutural que temos é a responsável pela semelhança vocal. Eu reverencio o talento de Steve. Eu o encontrei algumas vezes, mas ele nunca quis ter uma conversa comigo. Sempre foi cordial, mas nada amistoso. Se ele me chamasse hoje para fazer backing vocals em seu novo álbum, eu estaria lá na manhã seguinte. Não tenho mágoa ou nenhum tipo de frustração em relação a ele. Mas acho que ele pode ter em relação a mim, não tenho certeza.
06. O segundo single do primeiro álbum do The Storm – a excelente "Show Me The Way" – fez muito sucesso, mas eu ainda destacaria "You Keep Me Waiting", "I Want You Back", "Still Loving You", "You’re Gonna Miss Me" e "Call Me". Um álbum extremamente coeso e um dos últimos grandes álbuns de AOR daquela década, concorda?
Kevin Chalfant: Eu concordo com todo meu coração e lhe agradeço pelas palavras. Mas você não mencionou uma de minhas canções favoritas e uma das menos apreciadas no álbum: "Can’t Live Without Love".
Kevin Chalfant: Eu concordo com todo meu coração e lhe agradeço pelas palavras. Mas você não mencionou uma de minhas canções favoritas e uma das menos apreciadas no álbum: "Can’t Live Without Love".
07. O segundo álbum – o também excelente "Eye Of The Storm" – é perfeito em todos os aspectos. O trabalho estava pronto para ser lançado em 1993, mas isso só aconteceu em 1995. O que aconteceu que causou o atraso no lançamento do álbum?
Kevin Chalfant: Na verdade, o mercado se preparava para mudar mais uma vez. O rap que incentivava matar policiais e o grunge estavam em ascensão e a gravadora Interscope deve ter nos visto como "velha guarda" e pode ter visto os novo projetos como descartáveis e que estavam subindo nas paradas. A gravadora quis adiar o lançamento de nosso cd, então pedimos para que ele fosse lançado. Entretanto, eles estavam nos forçando a cair fora porque tínhamos um contrato bastante longo. Decidimos, então, lançar o álbum por vários selos independentes ao redor do mundo. E ainda temos os direitos sobre ambos os álbuns.
08. Bem, vamos falar um pouco sobre o Journey. Há uma história de que você tocou com a banda em San Francisco, em 1994, e que o resultado foi excelente. Depois disso, você teria sido convidado oficialmente pela banda para unir-se à eles e ainda teria começado a compor com Gregg Rolie e Neal Schon para o álbum seguinte. Mas em 1995 Steve Perry voltou para uma reunião em uma entrega dos Grammy com a formação da banda dos anos 80, e isso teria mudado tudo. Quanto disso tudo - se é que alguma coisa - é verdade?
Kevin Chalfant: Você respondeu sua própria pergunta. Toda ela é verdadeira. Eu fui apelidado por um amigo de "bloody chum". Sabe o que é isso? É o que os pescadores jogam na água como isca quando querem pegar um tubarão grande. Assim que vazou a notícia de que Steve Perry poderia não mais gravar com o Journey, ele voltou correndo para a banda para ter uma estratégia melhor de saída. Durou pouco, mas não tenho nenhum rancor ou frustração. Sou amigo dos integrantes da banda e eles sempre souberam que eu estaria disponível se eles precisassem de mim. Não sei dos problemas na banda, isso não é problema meu. Eles usaram aquela situação para resolver um problema que os impedia de cair na estrada e de lançar outro álbum. Posso até ter contribuído para isso no início, mas agora a banda tem sua própria parcela de responsabilidade. Eles provaram ainda ter poder de ser a banda mais amada/odiada da América. Eles tiveram alguns vocalistas desde que eu passei por lá, mas não vejo um final para a banda em um futuro próximo.
Kevin Chalfant: Você respondeu sua própria pergunta. Toda ela é verdadeira. Eu fui apelidado por um amigo de "bloody chum". Sabe o que é isso? É o que os pescadores jogam na água como isca quando querem pegar um tubarão grande. Assim que vazou a notícia de que Steve Perry poderia não mais gravar com o Journey, ele voltou correndo para a banda para ter uma estratégia melhor de saída. Durou pouco, mas não tenho nenhum rancor ou frustração. Sou amigo dos integrantes da banda e eles sempre souberam que eu estaria disponível se eles precisassem de mim. Não sei dos problemas na banda, isso não é problema meu. Eles usaram aquela situação para resolver um problema que os impedia de cair na estrada e de lançar outro álbum. Posso até ter contribuído para isso no início, mas agora a banda tem sua própria parcela de responsabilidade. Eles provaram ainda ter poder de ser a banda mais amada/odiada da América. Eles tiveram alguns vocalistas desde que eu passei por lá, mas não vejo um final para a banda em um futuro próximo.
09. Em 1997 você lançou "Running With The Wind", seu primeiro álbum solo e com um approach bem variado em algumas canções. Com uma sonoridade mais simples, você se distanciou daquela produção extremamente polida do AOR em belas canções como "Running With The Wind", "She’s Waiting", "Save Me Tonight" e "Hurricane", para nomear algumas. O que o levou por um caminho tão diferente, musicalmente falando?
Kevin Chalfant: Mais uma vez, o mercado estava mudando e eu senti que uma mudança me faria bem. O que aquele álbum fez por mim foi mostram-se que eu ainda podia escrever boas canções e produzir boas músicas com grandes músicos. Cada um dos músicos estava no auge naquele momento. Muitos eram gigantes dentro do cenário: Willie Weeks, Chester Thompson, Dennis Matkowski, Matt Rollings, Chas Sandford e a lista continua… Pessoas incríveis, músicos incríveis, lembranças incríveis.
10. E há grandes rockers naquele álbum – tais como "Anywhere The Wind Blows" e "Wild Thang" – e "If This Is Love", uma belíssima balada...
Kevin Chalfant: Eu estava procurando uma nova sonoridade e uma nova direção. De alguma maneira. Eu acho que as comparações com Steve Perry devem ter me incomodado na época. Naquela época, eu estava lutando contra mim mesmo tentando ser diferente. Eu cresci no meio oeste americano, no estado de Illinois. A música country estava por todos os lados e mesmo em mim. Mal sabia eu que, influenciado pela rusticalidade da música country e por gravar aquele álbum em Nashville, aquela influência toda se revelaria.
11. Três anos mais tarde o primeiro álbum do Two Fires foi lançado. E esse trabalho gerou muitos comentários antes de seu lançamento por causa dos nomes envolvidos no projeto: Josh Ramos estava de volta, juntamente com o veterano baterista Kenny Aronoff, além de Jim Peterik no piano, entre outros músicos. Um belo álbum de AOR, e um dos melhores de 2000, na minha opinião. Olhando para o álbum agora, passados dez anos, você mudaria alguma coisa no resultado final?
Kevin Chalfant: Não me castigo mais dessa maneira. Acho que sempre poderia ter feito as coisas melhores. Mas se eu começar a pensar nisso, vou enlouquecer, então evito. O que passou, passou.
12. E como surgiu o Two Fires?
Kevin Chalfant: A Frontiers Records me ofereceu um contrato. Eu não quis um contrato de exclusividade por causa de todos os trabalhos nos quais me envolvo. A decisão foi de encontrarmos um nome para a banda e, ao redor dele, reunirmos outros músicos, desde que o nome Chalfant não estivesse como sendo o da banda. Ainda assim, o Two Fires é um projeto solo.
13. Em 2002, o Two Fires lançou "Ignition", e este segundo álbum seguia a mesma veia rocker do primeiro trabalho. Outro ótimo álbumd e AOR assim como foi o Shadows Fade, lançado em 2004. Neste projeto você tocou com Alex DeRosso. Como vocês se reuniram?
Kevin Chalfant: Aquele foi outro experimento do Serafino Perugino, presidente da Frontiers. Eu queria fazer algo novo e o Shadows Fade foi um projeto de um álbum só.
14. Ainda em 2004 você lançou "Back To Square One", um álbum gospel. O que o levou a gravar um álbum com aquele tipo de material?
Kevin Chalfant: Um amigo chamado Roger Stillwell (ex-jogador profissional de futebol americano) estava hospitalizado. Eu gravei aquele álbum para ajudá-lo e à sua família. É de conhecimento público que sou cristão e que aquele tipo de música foi com a qual cresci. É uma forma de música muito espiritual e uma experiência espiritual para mim.
15. Depois de você gravar com a Shooting Star em 2006 você lançou "Fly2Fr33dom", um excelente tributo ao Journey, contendo treze canções. Imagino que elas tenham sido escolhidas pessoalmente por você. Aquelas são suas canções preferidas da banda?
Kevin Chalfant: Me diverti muito gravando aquelas canções. Aquelas são algumas das minhas favoritas, mas tenho muitas outras que não foram incluídas. Aquele álbum é dedicado aos muitos fãs que sempre quiseram me ouvir cantando aquelas canções maravilhosas.
16. E a banda que tocou com você, como você reuniu todos eles?
Kevin Chalfant: Eu venho usando a mesma banda desde 2001. Já conhecia todos os músicos de outras bandas com as quais gravei e quando chegou a hora de montar uma, escolhi cada um por seus talentos.
17. Vamos falar um pouco sobre o título do álbum: "Freedom" deveria ter sido o nome do álbum do Journey que acabou batizado de "Raised On Radio", e você simplesmente acrescentou o "Fly 2..." por sugestão de seu filho mais velho, Jayson, correto?
Kevin Chalfant: Sim, Herbie Herbert tinha planejado chamar o próximo álbum do Journey de "Freedom" e foi Perry quem sugeriu "Raised On Radio". Jayson queria que eu batizasse o meu álbum de "Freedom" mas achei que seria forçar demais a barra. A razão pela qual nomeei o ábum "Fly2Fr33dom" foi tentar relembrar 35C4P3 (Escape) com letras e números, assim usei "Freedom" com alguns números na grafia.
18. E a arte do álbum...hahaha. Aquela mosca parece mais uma sátira do escaravelho que o Journey usa em seus álbuns. Era essa a intenção?
Kevin Chalfant: Sim, uma completa sátira ao escaravelho. Deveria fazer as pessoas rirem e ter o mesmo aspecto brilhante daquele inseto. A diferença é que usei uma mosca varejeira.
19. Como fã do Journey e também do seu trabalho, confesso que foi como um sonho realizado poder ouvir aquelas canções clássicas na sua voz, e os elogios vieram de todos os lados. Todos à quem mostrei o álbum se admiraram com a qualidade vocal, e a comparação com Steve Perry foi inevitável, mais uma vez. Isso já lhe incomodou alguma vez?
Kevin Chalfant: Já me incomodei com isso, mas deixei para trás. Considero a comparação um elogio, não um insulto.
20. Falando sobre vocais, a sua continua formidável mesmo após tantos anos, isso sem mencionar seu alcance, que é sobrenatural e soa exatamente como soava nos anos 80. Como você cuida de sua voz?
Kevin Chalfant: Eu não abuso dela. Eu a uso, mas não abuso. Eu canto no estúdio o máximo que posso e ainda me apresento ao vivo, mas sempre me controlo. Não me atiro mais aos leões. Deus me abençoou e tento preservar essa benção para poder desfrutar dela por muitos anos.
21. Vamos voltar ao Two Fires. O novo álbum chegará às lojas no próximo dia 24 de Setembro, com o nome de "Burning Bright". Algum significado por trás do nome?
Kevin Chalfant: O sentido é de que continuamos a fazer tudo em alto nível depois de todos esses anos. A luz ainda brilha forte, sem enfraquecer ou apagar. E já entrando em outra década.
22. Será a primeira vez que Josh Ramos não estará envolvido em um álbum do Two Fires. Qual a motivo de sua ausência?
Kevin Chalfant: Existem razões demográficas e outras econômicas, mas de minha parte. Eu adoro Josh e o considero um tremendo guitarrista. Levei muito tempo escrevendo o material para este álbum, e o trabalho foi lento e consumiu muito tempo. Não fazia sentido para mim trazer Josh da Califórnia até Illinois quando eu tinha minha própria banda aqui. Josh é um amigo divertido e talentoso. tenho certeza de que ele continuará a fazer trabalhos incríveis no futuro. Somos muito ligados e já compartilhamos músicas e certamente faremos isso de novo. Não há ressentimentos ou qualquer coisa do gênero. Apenas não fazia sentido desta vez.
23. Na verdade, a maoiria dos músicos que gravaram o álbum são integrantes de sua própria banda, certo? Foi sua a decisão de usá-los? A Frontiers Records não quis empurrar nenhum figurão?
Kevin Chalfant: Tudo aconteceu da maneira como eu havia planejado. A banda foi reunida sem problemas e quis usá-los o máximo possível. Ainda incorporei outros músicos, mas só depois de pensar muito e de considerar o estilo musical de cada um. Foi uma questão de ponderar o que era melhor para as canções e não para os músicos. As canções vieram em primeiro lugar.
24. O tracklist tem onze canções e, entre elas, há uma chamada "Some Things Are Better Left Unsaid", escrita com Gregg Rolie e Neal Schon em 1993. É seguro dizer que essa é a canção que mais lembra o Journey no álbum todo?
Kevin Chalfant: Essa canção foi originalmente escrita para o Journey. Tentei escrever a canção da maneira que a teríamos gravado se eu estivesse na banda. É uma canção especial para mim, e a guardei por muito tempo. Achei que agora era o momento certo de trazê-la à luz. Espero que Gregg e Neal gostem da versão que fizemos.
25. E em relação as outras canções, quem as escreveu?
Kevin Chalfant: Principalmente Alby Odum e eu, juntos com Chuck Giacinto. Ainda, há canções escritas em parceria com Steve Fontano, Jerry Marquez e Joe Marquez.
26. Considerando que a banda que gravou o álbum é sua, haverá uma tour, certo?
Kevin Chalfant: Certamente que sim. Não pensamos em parar muito cedo!
27. E que tal incluir o Barail nessa tour, Kevin? O país tem recebido grandes shows e tenho certeza de que você se surpreenderia com a quantidade de fãs que você tem por aqui...
Kevin Chalfant: Me apresente ao seu maior promoter de shows AOR/Melodic Rock e tenho certeza de que passarei por aí.
Kevin, foi realmente um prazer ter a oportunidade de falar com você. Tenho certeza de que os leitores do blog gostarão dessa entrevista e esperam com ansiedade o lançamento do novo trabalho do Two Fires álbum. Uma vez mais, agradeço seu tempo e atenção ao meu pedido. E sinceramente lhe desejo ainda mais sucesso, se é que isso é possível...
Kevin Chalfant: Amo fazer músicas novas e viajar. Quando você tiver a oportunidade de ouvir o novo álbum, por favor me diga sua opinião a respeito. E se as coisas acontecere,m da maneira que estou planejando, em breve estarei fazendo barulho no Brasil. Que Deus o abençoe e a seu belo país.
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