Apesar de concordar absolutamente com a frase acima, ela não é minha, mas sim do sempre ácido Régis Tadeu. O crítico musical e editor de várias publicações especializadas escreveu texto muito bacana em sua coluna no Yahoo sobre o monstruoso show que os canadesnses do Rush (foto) fizeram na capital paulista - show ao qual estive presente, Abaixo, a transcrição da coluna:
“Inacreditável”. Esta é certamente a palavra que melhor define o que foi a apresentação que o Rush fez ontem no estádio do Morumbi. Nenhuma – sim, nenhuma! – das quase 40 mil pessoas que estiveram no local saiu sem um enorme sorriso no rosto.
Não vou escrever a respeito do uso inteligentíssimo do virtuosismo dos caras – passei grande parte do show me perguntando como eles conseguiam criar aquilo que todos nós vimos ser executado na nossa cara! – e muito menos a energia que estes três senhores emanam do palco, algo que deveria servir de lição para esta molecada barbada aqui no Brasil, que toca como se estivesse no velório de um parente próximo. Aliás, não há nada mais ridículo que chamar o Rush de “som nerd”, já que o rótulo cai muito melhor em bandas como Weezer e Pavement…
Também não vou escrever que Neil Peart faz com que qualquer baterista se transforme em um mero batuqueiro de lataria de ônibus, que Geddy Lee é um “monstro” como baixista e que Alex Lifeson é talvez o guitarrista mais subestimado da história do rock – o que o trio faz em “The Spirit of Radio”, “Subdivisions”, “Limelight” e, principalmente, “La Villa Strangiato” deveria ser tese de mestrado em qualquer faculdade de música que se preste.
Prefiro destacar que um dos pontos altos foi a apresentação na íntegra do lendário disco Moving Pictures, inclusive obedecendo a ordem das canções no LP – sim, sou um velhinho daquela época. Sinceramente, nunca imaginei que veria a sensacional “The Camera Eye” ser executada na minha frente por seus próprios criadores. E é claro que todo mundo cantou a melodia principal de “YYZ”, levando Lifeson e Lee novamente a sorrir como crianças.
Prefiro destacar a inclusão de boas canções que raramente entram no repertório da banda, como “Presto”, “Faithless” e “Workin’ Them Angels”, e como brinde para uma noite sensacional, duas músicas inéditas, a boa “Brought Up to Believe” (colocada no set list como ”BU2B”) e a ótima “Caravan” -, que já foram gravadas para o novo disco do grupo, que deve sair no ano que vem. Isto sem contar os hilários vídeos que permeiam a apresentação fazendo alusão ao nome da atual turnê – “Time Machine” –, um capítulo à parte no qual Lee, Lifeson e Peart mostram que são excelentes atores.
Durante três horas, o Rush transformou São Paulo em um lugar melhor para se viver.
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