quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM MITCH MALLOY

Uma unanimidade entre os amantes dos bons sons, Mitch Malloy (foto) tem uma carreira interessante. Com uma série de mudanças de rumo, ele conseguiu se manter no cenário ao longo dos anos com seu monstruoso primeiro álbum, mesmo gravado outros tantos. Ele integrou alguns projetos, gravou muito material que permanece inédito e tem muita história para contar.

E finalmente, esclareço dois pontos que ainda geram discussão entre os fãs de AOR: Desmond Child e Sir Arthur Payson são a mesma pessoa? E ainda mais importante, Mitch falou em detalhes sobre sua experiência com o Van Halen, assunto que foi bastante explorado. E ainda falamos sobre seus álbuns, planos futuros e o próximo álbum!

Portanto, nibelungas e nibelungos, divirtam-se com a entrevista exclusiva que Mitch Malloy concedeu à AORWatchTower. Enjoy...

01. Você nasceu em Dickinson, North Dakota, a típica região rural dos U.S.A. . Quais são as suas memórias – musicalmente falando – daqueles dias?

Mitch Malloy:
Minhas memórias mais antigas remetem a The Beatles e Rolling Stones. Sendo o mais novo entre seis filhos eu fui influenciado pelo que minha mãe ouvia, mas também pelos meus irmãos. Então acho que tudo aquilo se transformou em minha música. Não lembro de outros grupos até que um amigo me mostrou coisas como Aerosmith e Van Halen.

02. Você foi integrante do Lightning por um curto período de tempo, não foi?

Mitch Malloy:
Como diabos você sabe disso? Aquela foi minha banda no colégio! E até hoje foi onde mais me diverti fazendo o que faço. Éramos como irmãos. Era ótimo. Eu adorava os ensaios porque não tocávamos em muitos lugares porque éramos muito jovens para que fossemos chamados para tocar na maioria dos lugares. (Risos)

03. Vamos nos adiantar alguns anos… Seu primeiro álbum foi lançado pela RCA. Como você foi contratado?

Mitch Malloy:
Eu vinha tocando na região de New York quando consegui um empresário e, logo depois, um contrato. Foi muito fácil (risos). É, até parece… (risos). Olhando para trás parece fácil mas foi, ao mesmo tempo, muito difícil. Trabalhei muito e aprendi muito com Richard Sanders – meu empresário – e com as pessoas que vieram antes dele. Quando cheguei em NY não sabia NADA sobre música como negócio. Estava cru e era muito jovem. Eu não sabia nada sobre nada, para ser bem honesto. E um adolescente, além de tudo.

04. Em seu primeiro trabalho foi foi acompanhado por grandes nomes do cenário, como o baterista Mickey Curry (há mais de 20 anos tocando com Bryan Adams), o baixista Hugh McDonald (há mais de uma década com o Bon Jovi), os guitarristas Michael Thompson e Kevin Dukes (Dukes trabalhou muito como músico convidado e compôs material com o Chicago), além de Tommy Funderburk nos backing vocals. Você pode escolher alguns dos músicos ou a gravdora providenciou tudo?

Mitch Malloy: Eu e meu produtor Arthur Payson escolhemos todos os músicos e vocalistas. É verdade, um grande grupo de pessoas. Uma combinação mágica, na verdade.

05. O álbum foi um grande sucesso, e não somente dentro do cenário AOR. Isso foi uma surpresa para vocêm de alguma maneira? Eu lhe pergunto isso porque, naquela época, a cena rocker era dominada pelo grunge e você corria no sentido oposto...

Mitch Malloy:
Eu sempre acho interessante essa pergunta. Não acho que você possa se surpreender com o resultado de um trabalho que exigiu o seu melhor, além de todo o dinheiro e todos os recursos que a gravadora te disponibiliza. Seria como plantar uma semente, cuidar dela e se surpreender quando ela germinasse, não? (Risos) Nós ficamos desapontados que o álbum não teve ainda mais sucesso, para falar a verdade. É preciso lembrar que o álbum foi grabado antes de o movimento grunge surgir, mas o álbum foi lançado logo que tudo aquilo começou Então nós não tínhamos idéia do que poderia acontecer.

06. Há alguma canção que você mais gosta naquele álbum, Mitch?

Mitch Malloy:
Provavelmente “Nobody Wins In This War” e “Stranded In The Middle Of Nowhere”. Mas sempre gostei de “Over The Water” também. Mas todas as canções tem seus méritos e são legais de maneiras particulares.

07. O álbum é apontado por muitos como um classic do AOR, não apenas pelas ótimas canções mas também pela exímia produção de Sir Arthur Payson. Permita-me tirar uma dúvida, finalmente: já discuti várias vezes e com várias pessoas dizendo que Sir Arthur Payson NÃO É Desmond Child, mas muitos ainda insistem na idéia absurda de que ambos são a mesma pessoa. Você poderia esclarecer de uma vez por todas essa história, por favor?

Mitch Malloy:
(Risos) Quem afirma isso não sabe o que está dizendo. Arthur foi engenheiro de som de Desmond por muitos anos e depois trabalhou como seu co-produtor. Foi assim que o conheci. Eu estava gravando backing vocals para o álbum solo de Desmond. Arthur não é Desmond. E se mais alguém me perguntar isso vai sofrer… (risos).

08. Dois anos depois você lançou “Ceilings And Walls”, outro grande álbum, mas que desapontou quem esprava a mesma sonoridade do primeiro trabalho. As canções tinham um tratamento mais AC Rock do que AOR. Essa mudança foi planejada por você ou imposta pela gravadora?

Mitch Malloy:
Tudo foi definido pela gravdora. Não pude opinar sobre nada.

09. Se você pudesse, voltaria no tempo e daria um tratamento mais AOR às canções de “Ceilings And Walls”?

Mitch Malloy:
Não acredito em mudar o passado. Temos que viver o presente, viver este momento.

10. Vamos adiante. Há um boato de que, em 1995, você teria gravado um álbum coutry com tiragem limitadíssima. Curiosamente, foi naquela época que a música country tomou o mundo de assalto. Há alguma verdade na história sobre esse álbum?

Mitch Malloy: Quando eu cheguei a Nashville eu trabalhei com alguns dos melhores compositors do mundo e escrevemos muitas canções excelentes nos primeiros anos de trabalho. E eu reuni algumas de minhas demos mas acho que foi depois de 1995, creio eu. Eram mais de duas mil demos.

11. E também há a legendária história sobre você quase ter integrado o Van Halen quando você estava fora da mídia, por assim dizer. É impressionante, mas ainda hoje muita gente nunca ouviu falar disso. Como foi que tudo – quase - aconteceu?

Mitch Malloy:
Eu tinha acabado de chegar em Nashville quando recebi uma ligação do empresário do Van Halen me perguntando se eu estaria interessado em ser o novo vocalista da banda. Fiquei sem ar por um instante porque, francamente, quem não gostaria de receber aquele convite? Eles me ligaram outras vezes e então disse: “Ser vocês estão falando sério sobre isso, peçam ao Ed que me ligue”. Então Eddie me ligou e acabei indo até eles para tentar a posição. Mas não falei nada à ninguém. Ninguém mesmo. Exceto por minha mãe, mas ela não fazia idéia de quem era quem (risos). E pedi aos caras da banda para que não comentassem nada com ninguém também. E eles foram bacanas nesse sentido.

Eddie e eu nos demos muito bem logo de cara. Ele me disse uma vez que eu era melhor que Sammy (risos). E pensei: “Se você está dizendo...” (risos). Mas logo depois voltei para casa porque eles iriam para New York e fazer uma aparição no MTV Music Awards, entregando um prêmio. Ed havia me dito que aquilo era uma coisa boa para a banda se eles quisessem que a MTV apoiasse a nova incarnação do Van Halen. E aquilo fazia todo sentido. Mas ele não me disse que a banda apresentaria o prêmio com Dave. Eu acho que ele tentou me dizer porque ele sempre falava que que eles iriam até lá e participar da coisa toda mas que ele não tinha certeza se estariam lá apenas ele e Alex, ou talvez, ele e Alex e Mike, mas Ed nunca me disse isso.

Eu gostaria que ele tivesse falado porque quase desmaiei quando Dave subiu ao palco com eles. Falei cobras e lagartos naquele momento. Não me entenda mal, eu adoro Dave. Adoro o cara no Van Halen mas até onde eu sabia era eu quem estava no Van Halen e não ele. Então eu fiquei muito confuso e depois fiquei muito puto e liguei para eles e lhes disse que eles haviam cometido um erro. Depois, Eddie me ligou me contando as coisas horríveis que haviam acontecido lá e que tudo havia sido um grande mal entendido.

Então conversei muito com Desmond sobre isso e disse que tinha a intenção de dizer à eles que não achava que as coisas pudessem funcionar porque muita gente achava que Dave estava de volta à banda, e Desmond concordou comigo e me aconselhou a mandar uma carta para os caras, o que meu empresário acabou fazendo. Quando o empresário do Van Halen recebeu a carta ele me ligou dizendo: “O que você está fazendo? Eles adoram você!!!”. Eu disse que ninguém havia me falado que Dave estaria com a banda em New York e que todos pensavam que a banda estava reunida. Eles insistiram na história de que tinham me falado sobre isso e foi quando, definitivamente, agradeci o convite mas recusei. Ninguém havia me falado sobre Dave e porque, de repente, começaram a dizer que haviam me avisado? Achei aquilo uma tremenda sacanagem e caí fora. Achei que aquela não era a melhor maneira de começar um relacionamento profissional.

12. Eles já haviam demitido o Sammy Hagar?

Mitch Malloy:
Sim, ele já estava fora da banda.

13. Você gravou algumas demos com o Van Halen e, até onde eu sei, as canções foram “Panama”, “Ain't Talking 'bout Love”, “Why Can't This Be Love”, “Don't Tell Me (What Love Can Do)” e “Jump”. Foram mesmo essas as canções?

Mitch Malloy:
Foram sim, com exceção de “Jump”. Quer dizer, acho que não, não me record exatamente. Mas se eu ouvir as gravações posso lhe confirmar. De qualquer maneira, foram momentos surreais. Como um sonho que se realizou, creio eu. Foi até inesperado, mas Ed e Valerie e Alex e Mike foram muito gentis comigo. São pessoas fantásticas que me trataram como se fosse da família. E Wolfie era uma figura. O mais doce possível.

14. Só posso imaginar como aquelas canções devem soar com seus vocais…

Mitch Malloy:
Bem, foi uma honra, claro. Eles são como uma realeza dentro do negócio da música. São legendários. Então você pode imaginar como foi intenso e especial. E surreal. Acredito que não há um vocalista que não gravasse com eles e que não sentisse que tinha algo para contar aos netos e ter orgulho daquilo. Sobre minha voz, logo depois da primeira gravação que fizemos eles me chamaram para ouvir a canção com eles e perguntei a Alex o que ele achava, se soava estranho, e ele me disse ‘Não, está ótimo!” Foi um momento especial para mim. Pessoalmente, eu achei que estava bom também mas cresci ouvindo aquelas canções e ouvir minha voz com uma de minhas bandas favoritas era, bem, estranho.

15. Eddie Van Halen chegou a dizer que você estava na banda, certo?

Mitch Malloy: Sim, e fechou o acordo me dando dois beijos no rosto e um abraço. Nunca esquecerei. Isso aconteceu no terceiro dia em que estávamos gravando. As palavras exatas foram: “ Bem, nos reunimos e concordamos que você é um cantor maravilhoso, tem boa aparência e é uma das melhores pessoas que já conheci. Parabéns, você está na banda”. Ele esticou os dois braços, me deu um beijo em cada bochecha e me abraçou, virou as costas e saiu. Isso aconteceu na sala de controle do 5150 Studio. Apenas eu e ele lá, mais ninguém.

Acho que ninguém pergunta a ele sobre essas coisas, mas recentemente uma pessoa me escreveu duvidando de toda a história. Fiquei muito puto com isso. Mas depois lembrei que Alex falou à imprensa que eles haviam trabalhado com outros quatro vocalistas quando estavam na promo tour com Gary Cherone. Para mim aquilo foi a confirmação do que contei, mas eu havia pedido à eles que não falassem nada e eles realmente não falaram.

Ei, cara! Agora não há problema em falar sobre isso (risos). Mash á outras pessoas que sabem dessa história. Desmond Child foi parte disso. Eles o perguntaram enquanto compunham com ele o que ele achava de mim. Desmond lhes disse que a busca havia acabado e que eu era o cara certo para a banda. Depois, ele me ligou e me contou isso. Mas Ed estava me ligando há cerca de dois meses então eu já sabia que eles me queriam na banda, e disse isso ao Desmond. Mas quando ele me ligou contando aquilo tudo eu tive a certeza de que tudo daria certo. E deu, E tenho as gravações e as fotos para provar tudo se um dia eu precisar.

16. O que passou pela sua cabeça na época? Quero dizer, ser o frontman de uma banda como o Van Halen não é moleza… (risos)

Mitch Malloy: Não foi exatamente assim. Eu fiquei apreensivo, claro, mas não assustado. Eu pensava se era a coisa certa a fazer. Eu não grito, eu canto. Posso cantar muito alto e ainda mais alto do que meus fãs me acham capaz mas, como disse, não saio por aí gritando. Não é meu estilo. E falando honestamente, hoje estou muito mais maduro e seguro de mim e sei que não importa se minha voz soa como Sammy ou Dave. O que importa é que me divirto sendo eu mesmo. E porque enão seria assim? Eu realmente acho que poderia ter trabalhado com a banda. Porque não? Desde que as músicas fosse boas, porque não? Mas não deveria ter acontecido e é isso ái. As lembranças são muito especiais.

17. Mitch, me permita retomar o assunto aqui: deve ter sido chocante para você ver o Van Halen no MTV Video Music Awards com David Lee Roth, não?!?!?

Mitch Malloy: Exatamente isso, foi chocante! Eu sabia que eles compareceriam ao evento mas não com Dave. Aquela foi a surpresa. Eu acho que Ed tentou me falar algumas vezes, mas ele nunca disse o nome “Dave”. E entendo o porque aquilo deveria ter sido difícil de falar para o novo vocalista da banda (no caso, eu). Ele me disse que a MTV queria aquilo e insistiu para que fizessem, e dariam todo o apoio à banda em seu retorno. E faz muito sentido. Tudo aquilo faz sentido. E não culpo Ed por não ter me falado. Não o culpo por nada. Na verdade, sou grato à ele por muitas coisas. Que viagem foi aquilo tudo! E que coisa maravilhosa foi ter conhecido Eddie Van Halen e poder ter tocado com ele e Alex e Mike. O Van Halen é legendário!

18. Você sabe – ou imagina – o que deu errado em relação a uma coisa que parecia estar resolvida?

Mitch Malloy:
Não era para acontecer, Simples assim.

19. Você manteve contato com Eddie Van Halen depois de tudo, não? Até mesmo o recomendou um vocalista, coisa que ele não gostou, apesar de ter pedido sua opinião, não foi?

Mitch Malloy:
Bem, correndo o risco de deixar Ed puto comigo – o que acho que ele talvez esteja por falar disso no passado – sim, foi exatamente isso que aconteceu. Veja bem, eu sempre achei que Dave deveria ser o vocalista da banda. Sempre. Eu não gostava tanto do Sammy na banda porque cresci ouvindo Dave. Então para mim era uma escolha fácil. Mas naquela época Ed não achava isso (risos). Mas Ed foi sempre muito gentil comigo. Eu sou o tipo de pessoa que fala o que pensa mesmo que os outros possam não gostar do que vão ouvir.

Não puxo o saco de ninguém e acho que Ed gostava disso em mim. Não sou maldoso, apenas honesto. Apesar de não falar com Ed há algum tempo gosto muito dele e há uma conexão muito forte entre nós. Somos como irmãos.

20. Recentemente o Van Halen anunciou um novo álbum com David Lee Roth para 2011. Todos sabem como é turbulenta a relação entre Dave e Eddie, e sempre foi assim ao longo dos anos. Como alguém que esteve no lado de dentro da instituição, você acha que isso vai dar certo tempo o suficiente para que a banda faça uma tour?

Mitch Malloy:
Verdade??? Não sabia disso. Espero que aconteça mesmo.

21. Ok, vamos mudar de assunto. Você retonrou ao cenário com “Shine”, um album muito bacana e com approach mais melodic rock do que AOR, na minha opinião. O que o levou de volta à suas raízes?

Mitch Malloy:
Os fãs, eu acho. Eu apenas escrevo as canções e as gravo. Foi naquela época que me envolvi com a internet e descobri que tinha fãs ao redor do mundo pedindo por um novo álbum. E agora, com o Facebook, tenho os descoberto ainda mais. Ou devo dizer que eles é que estão me descobrindo? (Risos) Recebo de 20 a 30 pedidos diário para adicionar fãs no Facebook e acho isso incrível. Gostaria de poder falar com todos ao mesmo tempo.

22. Algumas das canções que mais gusto daquele album são “You Lifted Me”, “It’s All About Love”, “Draw The Line”, “Love Made A Liar Out Of Me” e “Places Only Love Can Go”

Mitch Malloy:
Aquele album foi uma experiência brutal. Me diverti um pouco, é claro, mas em geral foi muito difícil porque não tinha os fundos necessários para fazer o álbum da maneira que eu queria. Graças a Deus aqueles dias estão no passado e agora tenho um estúdio onde posso fazer tudo. E gosto exatamente das mesmas canções que você!

23. Você tocou no Gods Festival de 2001. Certamente foi uma experiência única. Quais suas lembranças daquela noite?

Mitch Malloy:
Lembranças ótimas. Amo tocar para os fãs. Simplesmente amo.

24. Outra mudança no rumo da sua carreira foi o album do projeto Fluid Sol, de 2005. A banda contava com as presenças do Victor Broden e do baterista Joackim Echberg. Como nasceu aquele projeto?

Mitch Malloy:
Foi uma idéia da gravadora. E um desafio musical para mim. Nos divertimos gravando o álbum mas não me marcou tanto quanto meu primeiro álbum.

25. O álbum tinha uma sonoridade mais contemporânea. Foi uma experiência musical ou vocês estavam buscando um público diferente?

Mitch Malloy:
Acho que não estávamos buscando um novo público mas apenas era eu buscando um desafio em algo diferente. O álbum se resumiu à isso para mim. Extrapolar os limites, derrubar as paredes. Te confesso que achei que não seria capaz de terminar o album e me surpreendi um pouco quando o fiz. Mas também não é meu álbum favorito. Mas também, não ouço meus álbuns. Não sou muito meu fã (Risos).

26. Levaríamos outros três anos até termos notícias suas. O que você fez nesse period?

Mitch Malloy:
Escrevi muitas canções e gravei material de muita gente em meu estúdio. E me casei e tive uma filha. Agora sou um pai de família e muito ocupado.

27. Em 2008 você lançou “Faith”, um álbum com uma aura gospel forte. Muitas das canções falam sobre fé, - como o título sugere – e assuntos ligados à religião. E há algumas letras bastante profundas e fortes, como em “You Can’t Fool God”. Aquele álbum refletia um momento específico em sua vida? Quero dizer, foi uma maneira de você expressar, hmmmm, seja lá o que vocÊ quisesse expressar?

Mitch Malloy: (Risos) Foi uma progressão bastante natural para mim. Me diverti muito gravando aquele album. Foi fácil e divertido. O nome de minha esposa é Faith e o album foi dedicado à ela.

28. Ainda em 2008 você tocou no FireFest V, que teve outra grande reunião de bandas. Foi muito diferente de tocar no Gods, em 2001?

Mitch Malloy:
Bem, foi uma experiência completamente diferente porque eu usei uma banda sueca e dois dos caras eu nem conhecia e nem tinha ensaiado com eles em Nottingham. O show foi maravilhoso e um ponto alto em minha carreira. Fico feliz de ter registrado tudo em DVD. E mal posso esperar para voltar à Nottingham, uma cidade excelente.

29. Naquele show seu guitarrista foi Tommy Denander. Como ele se envolveu no projeto?

Mitch Malloy:
Eu precisava contratar uma banda européia e o guitarrista que havia se comprometido comigo desistiu no ultimo minute. Tommy estava disponível.

30. A gravação do show em cd e DVD foi uma excelente surpresa para os fãs. De quem foi a idéia de gravar a coisa toda? À quem devemos agradecer?

Mitch Malloy:
O crédito é todo de Kieran Dargan. O cara é incrível. O que ele está fazendo não é nada fácil e ele se suprea a cada ano. Ele tem ajuda, claro, mas tiro meu chapéu para ele. E o agradeço pela oportunidade de participar do festival. Quando ele me perguntou se eu queria gravar um DVD ao vivo pulei de alegria e disse SIM! Tenho o maior respeito pelo cara. Além disso, ele também é irlandês. Irlandeses tem “alma”. E não me deixe esquecer Bruce Mee, seu parceiro. Bruce sempre foi muito bom comigo. Ambos são grandes pessoas.

31. Você concentrou o setlist do show em seu primeiro album. Foi uma escolha óbvia para você?

Mitch Malloy:
Não, foi idéia de Kieran. E achei que fazia sentido. Ele insistiu nisso e ele é o tipo de pessoa que sempre consegue o que quer (risos). Acho que é por isso que o festival dá certo. É necessária uma pessoa como ele para que as coisas funcionem.

32. E que bela supresa foi ouví-lo cantar “Stone In Love”, do Journey. Como você escolheu aquela canção, especificamente? E de onde veio a idéia de cantar uma canção de outra banda?

Mitch Malloy:
Aquilo aconteceu naturalmente enquanto eu me preparava para o show. Ia tocar “Anyhting At All” e acabei tocando “Stone In Love”. Simplesmente aconteceu, como se minhas mãos quisessem tocar “Stone In Love” e pensei: “Hmmm, quem sabe eu possa enganar a platéia e faze-los pensar que vou tocar “Anything At All” e tocar “Stone In Love”. E deu tudo certo. Nunca havia tocado aquela canção antes. Foi muito divertido.

33. O que podemos esperar de Mitch Malloy no future próximo?

Mitch Malloy:
Estou trabalhando em novas canções para um álbum absolutamente rocker. É tudo o que vou dizer. Estamos no estágio inicial, então fique ligado. Acho que o álbum será lançado em 2011, que tal?

34. Mitch, foi um grande prazer poder falar contigo. Considero um privilégio ter a oportunidade de falar com artistas que realmente admiro, além de ser fã do trabalho que fazem, e você se inclui nas duas categorias. Te desejo todo o sucesso que você tanto merece nesse estágio de sua carreira. E as portas da AORWatchTower estão sempre abertas à você…

Mitch Malloy:
Eu nunca imaginei que tinha fãs no Brasil. Nunca visitei o país. De vez em quando recebo mensagens de fãs mas fiquei surpreso em saber que há muitos de vocês aí. Adoraria fazer um show para vocês. Agradeço muito por vocês ouvirem minhas músicas,. Elas são minha vida.

Um comentário:

Daniel Punisher disse...

Não sei se foi o tempo, aguardar meses pra ver essa entrevista, desde que foi anunciado, mas para mim, essa foi sua melhor (e maior) entrevista. O momento que ele fala do vh, onde desistiu de ser o vocalista de uma lenda como o Van Halen, realmente, APERTOU O MEU CORAÇÃO. Não é pra qualquer um segurar um tranco desse.

JUBA, VC ESTÁ DE PARABÉNS, E FECHA O ANO COM CHAVE DE OURO!

SUCESSO

DANIEL PUNISHER

Postar um comentário

AVISO

Devido as chuvas aqui o sul da Terra Brazilis , não teremos a Recomendação Da Semana hoje. Retornaremos em breve...