Mitch Malloy: Minhas memórias mais antigas remetem a The Beatles e Rolling Stones. Sendo o mais novo entre seis filhos eu fui influenciado pelo que minha mãe ouvia, mas também pelos meus irmãos. Então acho que tudo aquilo se transformou em minha música. Não lembro de outros grupos até que um amigo me mostrou coisas como Aerosmith e Van Halen.
Mitch Malloy: Como diabos você sabe disso? Aquela foi minha banda no colégio! E até hoje foi onde mais me diverti fazendo o que faço. Éramos como irmãos. Era ótimo. Eu adorava os ensaios porque não tocávamos em muitos lugares porque éramos muito jovens para que fossemos chamados para tocar na maioria dos lugares. (Risos)
Mitch Malloy: Eu vinha tocando na região de New York quando consegui um empresário e, logo depois, um contrato. Foi muito fácil (risos). É, até parece… (risos). Olhando para trás parece fácil mas foi, ao mesmo tempo, muito difícil. Trabalhei muito e aprendi muito com Richard Sanders – meu empresário – e com as pessoas que vieram antes dele. Quando cheguei em NY não sabia NADA sobre música como negócio. Estava cru e era muito jovem. Eu não sabia nada sobre nada, para ser bem honesto. E um adolescente, além de tudo.
Mitch Malloy: Eu sempre acho interessante essa pergunta. Não acho que você possa se surpreender com o resultado de um trabalho que exigiu o seu melhor, além de todo o dinheiro e todos os recursos que a gravadora te disponibiliza. Seria como plantar uma semente, cuidar dela e se surpreender quando ela germinasse, não? (Risos) Nós ficamos desapontados que o álbum não teve ainda mais sucesso, para falar a verdade. É preciso lembrar que o álbum foi grabado antes de o movimento grunge surgir, mas o álbum foi lançado logo que tudo aquilo começou Então nós não tínhamos idéia do que poderia acontecer.
Mitch Malloy: Provavelmente “Nobody Wins In This War” e “Stranded In The Middle Of Nowhere”. Mas sempre gostei de “Over The Water” também. Mas todas as canções tem seus méritos e são legais de maneiras particulares.
Mitch Malloy: (Risos) Quem afirma isso não sabe o que está dizendo. Arthur foi engenheiro de som de Desmond por muitos anos e depois trabalhou como seu co-produtor. Foi assim que o conheci. Eu estava gravando backing vocals para o álbum solo de Desmond. Arthur não é Desmond. E se mais alguém me perguntar isso vai sofrer… (risos).
Mitch Malloy: Tudo foi definido pela gravdora. Não pude opinar sobre nada.
Mitch Malloy: Não acredito em mudar o passado. Temos que viver o presente, viver este momento.
Mitch Malloy: Eu tinha acabado de chegar em Nashville quando recebi uma ligação do empresário do Van Halen me perguntando se eu estaria interessado em ser o novo vocalista da banda. Fiquei sem ar por um instante porque, francamente, quem não gostaria de receber aquele convite? Eles me ligaram outras vezes e então disse: “Ser vocês estão falando sério sobre isso, peçam ao Ed que me ligue”. Então Eddie me ligou e acabei indo até eles para tentar a posição. Mas não falei nada à ninguém. Ninguém mesmo. Exceto por minha mãe, mas ela não fazia idéia de quem era quem (risos). E pedi aos caras da banda para que não comentassem nada com ninguém também. E eles foram bacanas nesse sentido.
Mitch Malloy: Sim, ele já estava fora da banda.
Mitch Malloy: Foram sim, com exceção de “Jump”. Quer dizer, acho que não, não me record exatamente. Mas se eu ouvir as gravações posso lhe confirmar. De qualquer maneira, foram momentos surreais. Como um sonho que se realizou, creio eu. Foi até inesperado, mas Ed e Valerie e Alex e Mike foram muito gentis comigo. São pessoas fantásticas que me trataram como se fosse da família. E Wolfie era uma figura. O mais doce possível.
Mitch Malloy: Bem, foi uma honra, claro. Eles são como uma realeza dentro do negócio da música. São legendários. Então você pode imaginar como foi intenso e especial. E surreal. Acredito que não há um vocalista que não gravasse com eles e que não sentisse que tinha algo para contar aos netos e ter orgulho daquilo. Sobre minha voz, logo depois da primeira gravação que fizemos eles me chamaram para ouvir a canção com eles e perguntei a Alex o que ele achava, se soava estranho, e ele me disse ‘Não, está ótimo!” Foi um momento especial para mim. Pessoalmente, eu achei que estava bom também mas cresci ouvindo aquelas canções e ouvir minha voz com uma de minhas bandas favoritas era, bem, estranho.
Mitch Malloy: Sim, e fechou o acordo me dando dois beijos no rosto e um abraço. Nunca esquecerei. Isso aconteceu no terceiro dia em que estávamos gravando. As palavras exatas foram: “ Bem, nos reunimos e concordamos que você é um cantor maravilhoso, tem boa aparência e é uma das melhores pessoas que já conheci. Parabéns, você está na banda”. Ele esticou os dois braços, me deu um beijo em cada bochecha e me abraçou, virou as costas e saiu. Isso aconteceu na sala de controle do 5150 Studio. Apenas eu e ele lá, mais ninguém.
Acho que ninguém pergunta a ele sobre essas coisas, mas recentemente uma pessoa me escreveu duvidando de toda a história. Fiquei muito puto com isso. Mas depois lembrei que Alex falou à imprensa que eles haviam trabalhado com outros quatro vocalistas quando estavam na promo tour com Gary Cherone. Para mim aquilo foi a confirmação do que contei, mas eu havia pedido à eles que não falassem nada e eles realmente não falaram.
16. O que passou pela sua cabeça na época? Quero dizer, ser o frontman de uma banda como o Van Halen não é moleza… (risos)
Mitch Malloy: Não foi exatamente assim. Eu fiquei apreensivo, claro, mas não assustado. Eu pensava se era a coisa certa a fazer. Eu não grito, eu canto. Posso cantar muito alto e ainda mais alto do que meus fãs me acham capaz mas, como disse, não saio por aí gritando. Não é meu estilo. E falando honestamente, hoje estou muito mais maduro e seguro de mim e sei que não importa se minha voz soa como Sammy ou Dave. O que importa é que me divirto sendo eu mesmo. E porque enão seria assim? Eu realmente acho que poderia ter trabalhado com a banda. Porque não? Desde que as músicas fosse boas, porque não? Mas não deveria ter acontecido e é isso ái. As lembranças são muito especiais.
Mitch Malloy: Exatamente isso, foi chocante! Eu sabia que eles compareceriam ao evento mas não com Dave. Aquela foi a surpresa. Eu acho que Ed tentou me falar algumas vezes, mas ele nunca disse o nome “Dave”. E entendo o porque aquilo deveria ter sido difícil de falar para o novo vocalista da banda (no caso, eu). Ele me disse que a MTV queria aquilo e insistiu para que fizessem, e dariam todo o apoio à banda em seu retorno. E faz muito sentido. Tudo aquilo faz sentido. E não culpo Ed por não ter me falado. Não o culpo por nada. Na verdade, sou grato à ele por muitas coisas. Que viagem foi aquilo tudo! E que coisa maravilhosa foi ter conhecido Eddie Van Halen e poder ter tocado com ele e Alex e Mike. O Van Halen é legendário!
Mitch Malloy: Não era para acontecer, Simples assim.
19. Você manteve contato com Eddie Van Halen depois de tudo, não? Até mesmo o recomendou um vocalista, coisa que ele não gostou, apesar de ter pedido sua opinião, não foi?
Mitch Malloy: Bem, correndo o risco de deixar Ed puto comigo – o que acho que ele talvez esteja por falar disso no passado – sim, foi exatamente isso que aconteceu. Veja bem, eu sempre achei que Dave deveria ser o vocalista da banda. Sempre. Eu não gostava tanto do Sammy na banda porque cresci ouvindo Dave. Então para mim era uma escolha fácil. Mas naquela época Ed não achava isso (risos). Mas Ed foi sempre muito gentil comigo. Eu sou o tipo de pessoa que fala o que pensa mesmo que os outros possam não gostar do que vão ouvir.
20. Recentemente o Van Halen anunciou um novo álbum com David Lee Roth para 2011. Todos sabem como é turbulenta a relação entre Dave e Eddie, e sempre foi assim ao longo dos anos. Como alguém que esteve no lado de dentro da instituição, você acha que isso vai dar certo tempo o suficiente para que a banda faça uma tour?
Mitch Malloy: Verdade??? Não sabia disso. Espero que aconteça mesmo.
Mitch Malloy: Os fãs, eu acho. Eu apenas escrevo as canções e as gravo. Foi naquela época que me envolvi com a internet e descobri que tinha fãs ao redor do mundo pedindo por um novo álbum. E agora, com o Facebook, tenho os descoberto ainda mais. Ou devo dizer que eles é que estão me descobrindo? (Risos) Recebo de 20 a 30 pedidos diário para adicionar fãs no Facebook e acho isso incrível. Gostaria de poder falar com todos ao mesmo tempo.
22. Algumas das canções que mais gusto daquele album são “You Lifted Me”, “It’s All About Love”, “Draw The Line”, “Love Made A Liar Out Of Me” e “Places Only Love Can Go”…
Mitch Malloy: Aquele album foi uma experiência brutal. Me diverti um pouco, é claro, mas em geral foi muito difícil porque não tinha os fundos necessários para fazer o álbum da maneira que eu queria. Graças a Deus aqueles dias estão no passado e agora tenho um estúdio onde posso fazer tudo. E gosto exatamente das mesmas canções que você!
Mitch Malloy: Lembranças ótimas. Amo tocar para os fãs. Simplesmente amo.
24. Outra mudança no rumo da sua carreira foi o album do projeto Fluid Sol, de 2005. A banda contava com as presenças do Victor Broden e do baterista Joackim Echberg. Como nasceu aquele projeto?
Mitch Malloy: Foi uma idéia da gravadora. E um desafio musical para mim. Nos divertimos gravando o álbum mas não me marcou tanto quanto meu primeiro álbum.
Mitch Malloy: Acho que não estávamos buscando um novo público mas apenas era eu buscando um desafio em algo diferente. O álbum se resumiu à isso para mim. Extrapolar os limites, derrubar as paredes. Te confesso que achei que não seria capaz de terminar o album e me surpreendi um pouco quando o fiz. Mas também não é meu álbum favorito. Mas também, não ouço meus álbuns. Não sou muito meu fã (Risos).
26. Levaríamos outros três anos até termos notícias suas. O que você fez nesse period?
Mitch Malloy: Escrevi muitas canções e gravei material de muita gente em meu estúdio. E me casei e tive uma filha. Agora sou um pai de família e muito ocupado.
Mitch Malloy: (Risos) Foi uma progressão bastante natural para mim. Me diverti muito gravando aquele album. Foi fácil e divertido. O nome de minha esposa é Faith e o album foi dedicado à ela.
Mitch Malloy: Bem, foi uma experiência completamente diferente porque eu usei uma banda sueca e dois dos caras eu nem conhecia e nem tinha ensaiado com eles em Nottingham. O show foi maravilhoso e um ponto alto em minha carreira. Fico feliz de ter registrado tudo em DVD. E mal posso esperar para voltar à Nottingham, uma cidade excelente.
29. Naquele show seu guitarrista foi Tommy Denander. Como ele se envolveu no projeto?
Mitch Malloy: Eu precisava contratar uma banda européia e o guitarrista que havia se comprometido comigo desistiu no ultimo minute. Tommy estava disponível.
Mitch Malloy: O crédito é todo de Kieran Dargan. O cara é incrível. O que ele está fazendo não é nada fácil e ele se suprea a cada ano. Ele tem ajuda, claro, mas tiro meu chapéu para ele. E o agradeço pela oportunidade de participar do festival. Quando ele me perguntou se eu queria gravar um DVD ao vivo pulei de alegria e disse SIM! Tenho o maior respeito pelo cara. Além disso, ele também é irlandês. Irlandeses tem “alma”. E não me deixe esquecer Bruce Mee, seu parceiro. Bruce sempre foi muito bom comigo. Ambos são grandes pessoas.
31. Você concentrou o setlist do show em seu primeiro album. Foi uma escolha óbvia para você?
Mitch Malloy: Não, foi idéia de Kieran. E achei que fazia sentido. Ele insistiu nisso e ele é o tipo de pessoa que sempre consegue o que quer (risos). Acho que é por isso que o festival dá certo. É necessária uma pessoa como ele para que as coisas funcionem.
Mitch Malloy: Aquilo aconteceu naturalmente enquanto eu me preparava para o show. Ia tocar “Anyhting At All” e acabei tocando “Stone In Love”. Simplesmente aconteceu, como se minhas mãos quisessem tocar “Stone In Love” e pensei: “Hmmm, quem sabe eu possa enganar a platéia e faze-los pensar que vou tocar “Anything At All” e tocar “Stone In Love”. E deu tudo certo. Nunca havia tocado aquela canção antes. Foi muito divertido.
33. O que podemos esperar de Mitch Malloy no future próximo?
Mitch Malloy: Estou trabalhando em novas canções para um álbum absolutamente rocker. É tudo o que vou dizer. Estamos no estágio inicial, então fique ligado. Acho que o álbum será lançado em 2011, que tal?
Mitch Malloy: Eu nunca imaginei que tinha fãs no Brasil. Nunca visitei o país. De vez em quando recebo mensagens de fãs mas fiquei surpreso em saber que há muitos de vocês aí. Adoraria fazer um show para vocês. Agradeço muito por vocês ouvirem minhas músicas,. Elas são minha vida.
Um comentário:
Não sei se foi o tempo, aguardar meses pra ver essa entrevista, desde que foi anunciado, mas para mim, essa foi sua melhor (e maior) entrevista. O momento que ele fala do vh, onde desistiu de ser o vocalista de uma lenda como o Van Halen, realmente, APERTOU O MEU CORAÇÃO. Não é pra qualquer um segurar um tranco desse.
JUBA, VC ESTÁ DE PARABÉNS, E FECHA O ANO COM CHAVE DE OURO!
SUCESSO
DANIEL PUNISHER
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