A Suécia tem uma longa e respeitável tradição em lançar grandes bandas, e o pessoal da Miss Behaviour vem mantendo essa tradição com o excelente "Last Woman Standing", seu mais recente álbum, lançado em Janeiro último.
Entrei em contato com o guitarrista Erik Heikne (foto) e ele concordou em conceder sua primeira entrevista para a América Latina para a AORWatchTower, e o papo foi bastante divertido. Conversamos sobre muita coisa e desde já recomendo o álbum da Miss Behaviour, uma das grandes surpresas que 2011 já nos trouxe.
Abaixo, a entrevista na íntegra, com exclusividade para a AORWatchTower.
Entrei em contato com o guitarrista Erik Heikne (foto) e ele concordou em conceder sua primeira entrevista para a América Latina para a AORWatchTower, e o papo foi bastante divertido. Conversamos sobre muita coisa e desde já recomendo o álbum da Miss Behaviour, uma das grandes surpresas que 2011 já nos trouxe.
Abaixo, a entrevista na íntegra, com exclusividade para a AORWatchTower.
01. Eu sei que a banda foi formada por você e pelo tecladista Henrik Sproge. Mas como a Miss Behaviour foi formada, exatamente?
Erik Heikne: Henrik e eu formamos a Miss Behaviour em 2003, quando estávamos estudando Music Management juntos. Nós havíamos tocado juntos antes em várias bandas mas queríamos criar algo nosso, inspirado nas grandes bandas de melodic rock dos anos 80. Ao longo dos anos houveram muitas formações mas hoje temos uma fundação sólida em Henrik, Sebastian e eu, formação que esperamos durar muitos anos.
Já o nome da banda é algo curioso. Queríamos algo que pudesse ser feito visualmente. E tínhamos vários álbuns com garotas na capa, de camisetas, e que sempre apareciam nas letras das músicas, e tudo isso está relacionado com a banda. O nome amarra tudo isso junto. É uma coisa conceitual. Acho que isso acontece com muitas bandas, mas é importante que haja um plano em tudo o que você faz relacionado a criação de uma marca.
02. Foi muito difícil para vocês conseguirem um contrato?
Erik Heikne: Nenhum pouco, na verdade. Tivemos muitas propostas e sabíamos que tínhamos um álbum forte em nossas mãos e que ele interessava à algumas gravadoras. O mais difícil foi encontrar uma parceira, uma gravadora interessada em promover o álbum e a banda e optamos por Gregor Klee e seu selo, a Avenue of Allies, e até agora a cooperação entre nós tem sido excelente. Greg conhece muito bem o negócio e é muito organizado também.
03. A banda lançou um E.P. em 2004, chamado "Give Us The World". Não é um trabalho que esteja entre seus favorites, é? (Risos)
Erik Heikne: Exatamente (Risos). Não tenho muito orgulho dele, porque tem muito pouco do som que fazemos hoje em dia. Henrik e eu escrevemos algumas canções no apartamento de um amigo, as gravamos durante um final de semana e as lançamos de maneira independente. Péssima performance,mas foi o início da banda e muitas pessoas ainda falam dessa fita, o que é até divertido!
04. Dois anos depois a Miss Behaviour lançou seu primeiro álbum, "Heart Of The Midwinter". De acordo com seu website, foram necessários oito meses para completar as gravações. Porque levou tanto tempo?
Erik Heikne: Nós produzimos o álbum sozinhos, assim como fizemos com "Last Woman Standing" e isso implica dizer que pagamos por absolutamente tudo, desde a publicação das canções até as gravações, e foi preciso tempo para que conseguíssemos a sonoridade que estávamos buscando. As gravações foram bem complicadas porque estávamos aprendendo tudo e fizemos as coisas todas na raça, com o produtor Daniel Gese (que era da banda Pole Position).
05. Alguma canção daquele E.P. acabou no álbum?
Erik Heikne: Não. Escrevemos material novo para o álbum, já que o E.P. tinha uma sonoridade mais "old school" e o álbum apontava para uma sonoridade mais moderna.
06. Há um approach diferente entre algumas canções, melodicamente falando. Algumas soam mais pesadas, mais hard – como em "Precious Times" – mas sempre há aqueles refrões matadores que tanto gostamos (Risos). Mas de maneira geral, o álbum soa mais hard, sem dúvida. Essa sonoridade foi resultado das influências da banda naquela época?
Erik Heikne: Na época éramos inexperientes, por assim dizer, e não tínhamos todos a mesma visão quando compúnhamos, mas mesmo assim foi divertido e proveitoso. Não sabíamos exatamente onde as canções estavam indo e é por isso que o álbum soa desconexo. Hoje somos muito infuenciados por bandas como Foreigner, Journey, Toto, Magnum, etc... mas também ouvimos bandas mais pesadas, como o heavy metal britânico. Olhando para trás, acho que o álbum é até bom, mas não ótimo. Ainda assim, gosto muito de "The Shine" e ainda a tocamos nos shows de vez em quando.
07. Além de "The Shine", há alguma outra canção preferida no primeiro álbum?
Erik Heikne: Há sim. Gosto muito de "Precious Times" e "One Heart In Divide".
Erik Heikne: Há sim. Gosto muito de "Precious Times" e "One Heart In Divide".
08. Há grandes diferenças entre os dois álbuns da banda, e a primeira delas foi a mudança no lineup. Anders Berlin assumiu a bateria – substituindo Hampus Landin – e o vocalista Matthias Wetterall deixou o posto, que foi preenchido por Sebastian Roos. E também o baixista Sebastian Gustaffsson caiu fora. Então, partindo do começo, o que houve para que os ex-integrantes deixassem a banda?
Erik Heikne: Foram quase cinco anos entre os dois álbuns e, claro, melhoramos como músicos e compositores naquele período. Também encontramos nossa identidade musical e nossa imagem. As mudanças no lineup da banda se deram porque os ex-integrantes não se comprometeram, 100%. Henrik e eu somos extremamente focados e sabemos exatamente o que queremos. Simplesmente pedimos à eles que deixassem a banda porque eles não tinham o que era preciso para fazer a banda maior e melhor. São todos grandes caras e tem suas próprias bandas e projetos hoje em dia, apenas não se encaixaram no esquema da Miss Behaviour.
09. E como Sebastian Roos entrou para a Miss Behaviour?
Erik Heikne: Seb estava nos ajudando com os arranjos dos backing vocals no primeiro álbum e logo percebemos que ele combinava conosco. Nós ouvíamos as mesmas músicas, tínhamos ambições comuns e, além disso, ele já tinha muito talento e experiência. Ele fez algumas tours com uma banda tributo aos Beatles desde os 19 anos, além de muitas apresentações na TV e teve uma canção no Eurovision, então ele tinha tudo o que queríamos.
10. O que mudou na banda com a chegada dos novos integrantes, Erik?
Erik Heikne: Somos muito mais focados e sabemos exatamente o que estamos buscando. Queremos estourar, cair na estrada e buscar o maior sucesso possível.
11. Quem é o encarregado do baixo no estúdio e no palco? Pelo que sei, são dois músicos diferentes…
Erik Heikne: São sim. Sebastian fez as bases de baixo no estúdio e um cara muito talentoso, chamado Niclas Lindblom, toca o baixo ao vivo.
12. O segundo álbum – "Last Woman Standing" – foi lançado e logo obteve reviews excelentes. Vocês esperavam uma reação tão positiva? É óbvio que a banda esperava bons comentários, mas na proporção que estão acontecendo?
Erik Heikne: Sabíamos que o album era bom. Trabalhamos muito nele e queríamos o melhor sempre. Gravamos em um ótimo estúdio, mixamos em outro ótimo estúdio e gastamos muito dinheiro (risos). Mas não poderíamos imaginar que as reações seriam tão positivas. Tem sido incrível! Vale a pena todo o trabalho, tempo e dinheiro investidos. E ainda queremos mais, tocando o máximo de shows.
13. Como eu disse antes, há grandes diferenças entre os dois álbuns e tenho que ser honesto, me grada muito mais o segundo. A mudança da sonoridade mais pesada para outra, mais melodic rock oriented, foi planejada?
Erik Heikne: Ah, agradeço muito, Juliano! Acertou na mosca! Nada ocorreu por acidente. Encontramos uma imagem e sonoridade que queríamos para nós e fico feliz que você tenha percebido isso. E sem dúvida, "Last Woman Standing" é um álbum muito mais completo do que "Heart Of Midinter".
14. Eu gostei muito da história retratada no vídeo de "Till We Meet Again". De quem foi a idéia?
Erik Heikne: A canção foi escrita em homenagem à um querido amigo meu e de Henrik, e que cometeu suicídio há algum tempo. Decidimos fazer o video sobre o assunto mas não retratando nosso amigo. Então adaptamos algumas coisas e chamamos Linda, que é uma belíssima modelo. E gostamos muito do resultado! Acredito que muita gente o assistiu pela internet.
15. Confesso que achei incomum para uma banda como a Miss Behaviour escolher uma balada como single promocional de um álbum. Imaginei que canções como "1988", "Cynthia", "Emergency" – já incluída no playlist da AORWatchTower Radio – ou até mesmo "Average Hero" fossem escolhas mais óbvias. Não é uma reclamação, longe disso, mas quem optou pela balada? (Risos)
Erik Heikne: Essa canção tem muito significado para nós. Com ela, nós competimos em um programa da maior radio da Suécia e a tocamos ao vivo no estúdio para cerca de 200.000 ouvintes. Somos conhecidos como uma banda de hard rock e achamos que seria interessante mostrar à todos esse outro lado da Miss Behaviour. Eu adoro essas rock ballads, e temos como exemplo bandas como Foreigner, Toto, Mr. Big e Journey, que sempre gravam baladas maravilhosas.
16. Roland Grapow participa do album na canção "Perfect War". Como ele se envolveu com o projeto?
Erik Heikne: Essa canção se destaca das outras.. Foi a primeira canção escrita para o novo álbum e é uma herança das nossas raízes mais pesadas. Somos fãs de Helloween e Roland sempre foi um de nossos guitarristas e compositors favoritos. Decidimos contatá-lo e pedir que ele ele gravasse o solo para uma canção. Roland a ouviu e concordou em participar. Ele gravou o solo em seu estúdio, na Eslováquia, e o resultado foi excelente. Fiquei muito agradecido à ele. Há poucos dias recebi um e-mail dele elogiando o album. Roland é um grande cara!
17. Quais são as influências da banda? É claro que cada um tem suas próprias preferências, mas quais os pontos comuns da Miss Behaviour?
Erik Heikne: Todos gostamos muito de AOR e Melodic Rock. E Magnum, Journey, Toto e Foreigner são nossos heróis!
18. E o que você tem ouvido ultimamente?
Erik Heikne: O último álbum que comrei foi o novo do Magnum. Simplesmente ótimo. Eu também tenho ouvido Houston, W.E.T., Mr. Big e Vega. Todas grandes bandas.
19. O ano de 2011 mal começou e a Miss Behaviour já tem uma extensa agenda de shows. Além disso, quais os planos da banda para este ano?
Erik Heikne: Nosso plano é cair na estrada e tocar o máximo de shows que pudermos. Já estamos trabalhando nisso. Quero dizer, olhando todas as reviews poitivas e a resposta do público, realmente acredito que este álbum tem potencial para ser lembrado pelos fãs de Melodic Rock.
20. O Brasil tem recebido grandes shows de AOR/Melodic Rock nos últimos anos. Que tal alguns shows por aqui, hein?
Erik Heikne: Seria absolutamente incrível! Adoraríamos tocar no Brasil, mas antes teríamos que ter uma boa base de fãs no país. Agradeço à você, publicamente, pelo apoio e por divulgar nosso álbum no rádio. Significa muito para nós!
Erik, agradeço uma vez mais pelo tempo e paciência para que pudéssemos fazer esta entrevista. Como entusiasta do Melodic Rock, significa muito para mim poder falar com os novos nomes que despontam no cenário. Ainda, agradeço à você e Sebastian pela ótima radio id que vocês gravaram para a AORWatchTower Radio. As portas da AORWatchTower estão abertas à vocês.
Erik Heikne: Agradeço imensamente pelo apoio, Juliano. E repito que adoraríamos poder visitar o Brasil e tocar para todos vocês. E não deixem que ouvir nosso álbum!!!
Fiquem bem e em paz
Erik
Fiquem bem e em paz
Erik
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