segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM STEVE OVERLAND

O nome de Steve Overland é sinônimo de qualidade no universo dos bons sons desde o início da década de 80. Seja com o FM, em carreira solo ou como integrante de vários projetos, ele se mantém como uma unanimidade entre os fãs do bom e velho AOR como um dos maiores e melhores dentro do estilo. Em uma entrevista relativam,ente rápida, Mr. Overland falou sobre as várias frentes em que atua, sua carreira solo, o novo projeto com Chris Ousey e ainda revelou a origem do apelido "satanic viking".

Steve Overland, com exclusividade, só aqui na AORWatchTower.

01. Você tem uma carreira bastante sólida, não apenas com o FM mas também com outros projetos, isso sem falar nas inúmeras participações em vários tributos. Olhando para o passado, desde os tempos na Wildlife, valeu a pena ter passado por todo o caminho até aqui, não?

Steve Overland: Não tem sido ruim, tem? Tenho tido muito sorte ao longo dos anos em poder trabalhar com grandes músicos e basicamente me divertido muito. A Wildlife por exemplo, eu cresci ouvindo Bad Company e Free então você pode imaginar como foi emocionante para mim tocar com Mick Ralphs e Simon Kirke. Fazer uma tour com o Bon Jovi no FM, ser a atração principal no Hammersmith Odeon, tocar no Download... eu não posso reclamar!

02. Não há dúvida de que o FM é uma das bandas mais respeitadas no cenário AOR, e apesar das mudanças no lineup a banda sempre manteve sua qualidade e fez uma transição suave do AOR calcado em teclados para o melodic rock mais centrado nas guitarras. Essa mudança ocorreu naturalmente ou a banda sentiu a necessidade de se reinventar musicalmente?

Steve Overland: Agradeço as palavras, é muita bondade sua. Nós nunca planejamos escrever um álbum dentro de um estilo pré-determinado, as canções simplesmente fluíram e foi assim que mudamos nossa direção musical.

03. A chegada de Andy Barnett contribuiu para essa mudança, não?

Steve Overland: Nós passamos um período buscando nosso caminho por causa das mudanças no lineup e acabamos com uma sonoridade um pouco mais pesada. E acho que só nos encontramos, pessoalmente falando, no álbum "Aphrodisiac", que é o meu trabalho favorito do FM. Com a chegada de Andy a banda, de repente, se viu um novo momento e as gravações para "Aphrodisiac" foram bastante rápidas. Ficamos muito satisfeitos com o álbum e a banda estava bem e de volta à ativa.

04. Eu lhe perguntei isso justamente porque "Aphrodisiac" é apontado por muitos fãs como o melhor trabalho do FM até hoje e as diferenças entre aquele álbum e "Indiscreet" e "Tough It Out" são gigantescas. Como você vê eses álbuns Steve, fazendo uma comparação entre eles?

Steve Overland: Bem, "Aphrodisiac" nos trouxe sucesso em países como o Japão e outros territories onde éramos desconhecidos no passado. É tentadora a idéia de comparer os três álbuns, mas acho que cada um, deles teve seu momento e conquistou seu espaço na história da banda.

05. Voltando um pouco no tempo. Como o FM foi afetado pelas saídas de Chris e Didge?

Steve Overland: A "Tough It Out Tour" foi bastante pesada, em relação a datas e horários, e Chris decidiu que aquele havia sido o limite para ele e optou por passar mais tempo em casa com sua família. Foi um choque para todos mas foi a escolha dele. E com o passar do tempo ficou claro que Didge não estava mais feliz na banda depois que Chris saiu. Foi uma pena que ele tenha saído mas ele realmente achava que seu tempo com a banda havia chegado ao fim.

06. Jem Davis assumiu a posição de Didge e vem fazendo um ótimo trabalho desde então, mas me impressionei com o trabalho de Jim Kirkpatrick. Ele se encaixou perfeitamente na vaga deixada por Chris e tenho certeza de que os fãs do FM concordam comigo...

Steve Overland: Nós fizemos uma tour na França com o UFO e Jem era o tecladista deles na época. Imediatamente concordamos que ele seria perfeito para o FM. Ele é uma pessoa ótima e um ótimo músico e ao final da tour perguntamos se ele estaria interessado em trabalhar conosco e, felizmente, ele disse sim. Já sobre Jim… o que posso falar sobre ele (Risos) Jim é um amigo meu e havíamos trabalhado em outros projetos no passado. Ele já havia tocado com grandes nomes no passado e viajado pelo mundo todo. Nós chegamos a experimentar outros guitarristas, alguns até bem conhecidos, mas eu sempre lembrava de Jim mas não tinha certeza se ele estaria interessado em tocar conosco já que ele é cerca de vinte anos mais novo que o resto da banda. Então perguntei à ele se gostaria de tocar um pouco com a banda. Ele aceitou e impressionou a todos nós. Ele é um grande guitarrista em qualquer estilo e é como ter um irmão de volta na banda.

07. Bem, 2010 foi um ano bastante ocupado para o FM com o lançamento do "Wildside E.P.", além do álbum "Metropolis" e do excelente "City Limits E.P.". Passada a animação inicial, o retorno do FM foi como você esperava?

Steve Overland: Para ser honesto com você Juliano, não foi nada como esperávamos! Ser a atração principal do Firefest em 2007 deveria ser um lance único, aconteceria apenas naquela noite. Tudo o que aconteceu desde então é encarado por nós como um bônus, e graças aos fãs. Foram aquelas pessoas que nos mostraram sua dedicação que fizeram com que todo o resto acontecesse.

08. O FM viajou muito no ano passado e ainda tem shows agendados para 2011. Quais as expectativas da banda para a nova tour?

Steve Overland: Os shows no Reino Unido no ano passado foram fantásticos e foi ótimo poder viajar com o FM novamente e reencontrar os fãs. Neste ano começamos nos concentrando mais na Europa. Tocamos na Espanha e os fãs espanhóis nos mostraram o quanto gostam da banda. Foi uma noite fantástica. Tivemos outros grandes shows em Junho, festivais como Sweden Rock e Graspop, além dos shows com Journey e Foreigner, e também teve o show em Lisboa com o D-A-D, sem contar o convite para tocarmos no Download novamente... mal podemos esperar!

09. Há alguma chance de algum desses shows ter sido gravado para ser lançado em DVD???

Steve Overland: Sempre existe a possibilidade (Risos)

10. E se 2010 foi um ano corrido para o FM, 2011 tem sido um ano bastante puxado para você, particularmente. Além do FM, tem seu projeto com Chris Ousey (chamado Ozone) que vem gerando muita ansiedade nos fãs do bom e velho AOR. Há alguma coisa que você possa falar a respeito?

Steve Overland: Chris é um incrível parceiro de trabalho, um grande vocalista. Posso lhe dizer que temos alguns nomes conhecidos envolvidos no projeto conosco e sera definitivamente um álbum para se ficar de olho.

11. E falando sobre projetos, ainda temos o The Ladder e Shadowman. O novo álbum do Shadowman é excelente e a pergunta da vez é: o The Ladder vai voltar também???

Steve Overland: O quarto álbum do Shadowman - "Watching Over You" – nos dá muito orgulho. Acho que ele tem as nossas melhores canções. Eu tenho outros projetos já programados mas realmente não sei se o The Ladder estará entre eles. Como sempre, é uma questão de encontrar todos no mesmo momento, já que todos tem outros compromissos.

12. E ainda você tem sua carreira solo! Há diferenças gritantes entre seus dois álbuns, onde vejo "Break Away" mais inclinado a uma sonoridade melodic rock e "Diamond Dealer" sendo absolutamente AOR-oriented. Como você vê ambos os álbuns?

Steve Overland: Khalil Turk - da Escape Music - vinha falando comigo há anos sobre eu gravar um álbum solo. Eu comecei a trabalhar com Anders e as canções que escrevemos erma completamente diferentes de tudo o que eu já havia feito até então. Eu gravei quatro canções e todos que as ouviram gostaram muito. Então escrevemos o resto do álbum e eu fui até a Suécia para gravar com alguns dos melhores session musicians suecos e é por isso que o álbum soa diferente de tudo o que fiz anteriormente. Tenho muito orgulho de ambos osálbuns solo e assim que tiver tempo tenho planos de grabar um terceiro.Gosto de todas as canções mas, especialmente, das baladas "Look Into Your Eyes" e "Until Forever Comes". Elas tem algo de uma das minhas bandas favoritas, o Toto. Meus álbuns nunca tem uma direção pré-definida e a pessoa com quem trabalho me influencia, logicamente. Tor Talle é um grande fã do FM e ele quis tentar um álbum que soasse mais naquela direção. É obviamente algo bastante natural para mim e é por isso que "Diamond Dealer" soa mais com o que as pessoas esperam de Steve Overland.

13. Você participou de vários álbuns tributo ao longo dos anos (Boston, Whitesnake, Slade, The Police, Iron Maiden, Nazareth, etc…). Ainda, você participou de inúmeros projetos como AOR, Voices Of Rock, Radioactive e Phenomena (entre outros) e gravou canções com gente como Alan Parsons e Jean-Marc Cerrone. Como você escolhe os projetos em que trabalhará?

Steve Overland: É sempre uma honra ser chamado para fazer parte desses projetos. Adoro fazê-los, eles são um desafio e revelam coisas diferentes sobre mim, como vocalista e compositor. Acredito que você precise vairiar sua carreira para mantê-la interessante.

14. Finalmente, qual a história por trás do apelido "Satanic Viking"??? (Risos)

Steve Overland: Pete inventa esses apelidos para se divertir quando ele está escrevendo no Twitter do FM. Não tenho certeza se sou viking ou mesmo satânico, mas acho que ele poderia me chamar de coisas piores (risos). Normalmente, é Mr. O. ou Silver Fox.

Steve, muito obrigado pela entrevista. Sei como você anda ocupado e significa muito você ter arranjado tempo para essa conversa. Lhe desejo ainda mais sucesso, se é que isso é possível!!! As portas da AORWatchTower estão sempre abertas à você...

Steve Overland: Eu é que agradeço, Juliano. Agradeço a oportunidade de dizer 'olá' para seus leitores no Brasil. Fiquem todos bem...

Um comentário:

Daniel Punisher disse...

Parabéns pela entrevista com o mestre, JUBA!

Daniel Punisher

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