Arte do clássico "5150" promoveu mudanças até no tradicional logotipo do Van Halen |
Lançado há exatamente três décadas, o excelente "5150" marcou a estréia do veterano Sammy Hagar como frontman do Van Halen, substituindo o consagrado David Lee Roth. Todos sabemos como a história acabou, mas não foi nada fácil lançar o álbum.
A gravadora Warner Bros. estava tão descrente com o futuro da banda - por conta da saída de Roth - que sugeriu à Eddie e Alex que seguissem carreira sem seu sobrenome, o que não foi imediatamente desconsiderado pela dupla. Eles se pronunciaram contra a sugestão apenas no início de 1986.
Muita gente foi considerada para a posição de vocalista da banda, incluindo Eric Martin, Jimmy Barnes, Patty Smyth e, como bem sabemos, Mitch Malloy (que não deixa ninguém o segue no Facebook esquecer). O anúncio de que Sammy Hagar assumiria a posição gerou muita desconfiança por parte dos fãs e também da crítica, que só conseguiam lembrar do 'Red Rocker' como ex-vocalista do Montrose, esquecendo - de maneira conservadora e até amadora - sua bem sucedida carreira solo.
A banda trabalhou incansavelmente no álbum, gravado entre Novembro de 1985 e Fevereiro de 1986, apenas um mês antes da data estabelecida para seu lançamento. E a preocupação da gravadora com o novo trabalho do Van Halen era tanta que lhes foi negado o total controle criativo do álbum e, por isso, o veterano Mick Jones foi trazido pela Warner Bros. como produtor. E falando em produção, "5150" foi o primeiro álbum do Van Halen a não contar com Ted Templeman, responsável por todos os seis trabalhos anteriores da banda.
E a crítica não engoliu facilmente a nova encaranção do Van Halen. As pedradas vieram de todos os lados, considerando desde a diferença na mixagem das guitarras de Eddie (que perderam a saíram mais alta no tradicional lado esquerdo que simulava a sonoridade 'ao vivo' para uma mixagem balanceada em ambos os canais), passando pela ausência de uma faixa instrumental (comum em todos os outros álbuns da banda), pela presença de uma balada, pelo uso recorrente de sintetizadores e também pela já citada mudança de produtor.
Mas, apesar de tudo isso, "5150" foi um estrondoso sucesso de vendas. Pela primeira vez na carreira do Van Halen (e também de Sammy Hagar), um de seus álbuns álbum atingiu a posição #1 no Billboard Hot 200, enquanto os singles "Why Can't This Be Love?" (#1 no Album Rock Tracks Chart e #3 no Billboard Hot 100), "Love Walks In" (#4 no Album Rock Tracks Chart e #22 no Billboard Hot 100), "Dreams" (#6 no Album Rock Tracks e #22 no Billboard Hot 100), "Summer Nights" (#33 no Album Rock Tracks Chart) e "Best Of Both Worlds" (#12 no Album Rock Tracks Chart) fizeram bonito e consolidaram a qualidade do álbum.
Van Halen, circa 1986: Michael Anthony, Alex Van Halen, Eddie Van Halen e Sammy Hagar |
O surgimento do Van Hagar (nome usado tanto por fãs quanto por detratores daquela formação) estabeleceu uma drástica mudança na carreira do Van Halen. E mesmo com uma boa parte dos fãs ainda torcendo o nariz para Hagar, é fato que a combinação de seus vocais (infinitamente mais fortes que os de Roth) aliados à sonoridade da banda não poderia ser mais acertada. Outros grandes álbuns seguiram, sempre bem sucedidos e com grandes canções.
Mas tudo começou com "5150", aquele álbum cujo nome faz menção à seção do Código de Bem Estar e Instituições do estado da Califórnia (e que também batizou o nome do estúdio de Eddie Van Halen) e que traz Rick Valente na capa imitando Atlas .
Portanto, dedique alguns minutos ao clássico "5150" e relembre o surgimento do Van Hagar. E prepare-se para uma saudável dose cavalar de saudosismo...
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