Não é uma matéria específica sobre música, mas sim sobre a mídia. Achei bastante interessante e, por isso, trago às nibelungas e nibelungos de plantão. Especialmente à aqueles que, assim como eu, tiveram o prazer de manusear fitas cassete. Você pode ler a matéria na íntegra clicando aqui.
O chiado é indiscutível, ela não é fácil de ser encontrada no mercado, sua durabilidade é bastante contestada e o tempo de execução do modelo mais utilizado não ultrapassa os 60 minutos. Contra todas as possibilidades, na era da música digital, a fita cassete vem ganhando uma sobrevida. Pelo menos por ora, não na mesma proporção do vinil. Mesmo assim, as fitinhas não são mais encaradas como mortas-vivas no meio independente.
E o que é mais curioso, elas ressurgem por meio de pessoas que não necessariamente fazem parte do grupo de nostálgicos do velho tape. No exterior há vários selos independentes que voltaram a adotar as fitinhas. No Brasil, a iniciativa ainda dá os passos iniciais. Nessa semana, o recém-criado selo juiz-forano Pug Records – se não o único, um dos poucos do gênero a se debruçar no formato – promove seu primeiro lançamento...
O Pug Records nasceu para lançar música em dois formatos: em arquivos MP3 (download gratuito no site pugrecords.com) e em K7, que vai trazer faixas bônus, um diferencial para quem comprar a fitinha.“Hoje em dia, a fita cassete serve como objeto de arte, de coleção, e tem imagem muito presente no design e na moda. Nossas fitas são artesanais, têm tiragem limitada e são para quem deseja ter algo nas mãos”, comenta Eduardo Vasconcelos, que criou o selo ao lado dos amigos André Medeiros e Amanda Dias, todos na casa dos 20 e poucos anos.
Mesmo sendo de uma geração que cresceu na era do CD, eles têm sua coleção de fitas em casa, “coisa de colecionador”, como diz Eduardo. Na coleção dele, a maior parte das bandas nacionais vêm do carioca Midsummer Madness, um dos mais tradicionais selos do rock independente nacional, que, a partir de 1991, lançou uma série de bandas no formato cassete. A produção em fita durou até 2000. Retornou em forma de projeto especial em 2008, com a compilação Fim de Século...
Na época, ele gravou 50 cassetes na mão. Isso ocorreu porque, a exemplo do vinil, que somente neste ano voltou a ter uma produção nacional com a reativação da Polysom, já há algum tempo não existe uma fábrica de fitas cassete no país. Ou seja, para a produção, ou ela tem que ser realizada no exterior ou de forma artesanal mesmo. Na impossibilidade de continuar lançando as fitinhas, Lariú vem disponibilizado, na medida do possível, todo o acervo em K7 de forma digital no site mmrecords.com.br. “Existem bandas que não conseguiram lançar CD, só fita demo, então tenho guardadas coisas maravilhosas”, acrescenta.As demos que o Midsummer lançou não ultrapassam a média das 300 cópias.
A tiragem dos cassetes da Pug Records também é pequena, de 40 a 100 cópias. As fitinhas estão sendo (re)produzidas nos Estados Unidos. “Compramos a fita virgem, como também há como encomendá-la já gravada”, conta Eduardo Vasconcelos. A primeira tiragem está sendo vendida a R$ 7, mas ele espera poder chegar a R$ 5. Já as capas estão sendo produzidas por artistas gráficos e, uma vez prontas, são os donos do selo que cortam, escrevem e finalizam o processo... distribuir as fitas da Pug Records.
“Se fosse em CD, ninguém iria querer distribuir, alegando que é melhor baixar o MP3 do que pagar pela importação”, acrescenta ele, que planeja, para um futuro próximo, a comercialização de cassetes de selos de outros países. “A cultura nos EUA é mais forte do que na Inglaterra. A Sub Pop, berço do grunge, lançou agora uma fita da banda Dum Dum Girls. Fazia quase 20 anos que eles não lançavam em K7.” Na década de 1980, auge das fitas, todo artista, fosse grande ou não, tinha seu trabalho lançado em K7.
Pessoalmente, ainda tenho cerca de 1.300 cassetes em casa e não me desfaço delas de jeito nenhum.
Um comentário:
WOW, you must keep them in perfect condition to last that long.
Thanks to modern technology CDs are better in sound, quality and output...
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