segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM THOMAS RIEKERK, DA SPARKLANDS

Uma das grandes surpresas do ano foi a estréia dos holandeses da Sparklands, com o excelente "Tomocyclus". Lançado em Setembro último pela Avenue Of Allies, o álbum traz uma série de influências e apresenta momentos bastante distintos, mas tudo muito bem costurado e amarrado por uma produção bem acertada. Assim, entrei em contato com o vocalista Thomas Riekerk, o cérebro pensante e criador da banda, para um papo sobre o primeiro trabalho e o futuro da banda.

Enjoy...

01 A Sparklands é centrada em você e seu irmão, Robert. Vocês estão no meio musical há anos, trabalhando com outros artistas e bandas. O que os levou a  criar a Sparklands?

Thomas Riekerk: Depois de muitos anos e muitos projetos chegou a hora de eu me tornar o frontman da minha própria banda e começar a contar a história das músicas com as quais cresci e de tudo pelo que passei nos últimos anos. Apresentei a idéia e junto com meu irmão Robert nós reunimos amigos e músicos como Simon Gitsels, Minco Eggersman (o espírito que nos guia) e Martijn Groeneveld para tornar o sonho realidade. Além deles, Robert-Jan Van Noort (do renomado estúdio holandês Pankra) gostou do projeto e se ofereceu para criar a arte do álbum. O projeto foi batizado de Sparklands e o resultado foi "Tomocyclus", nosso primeiro álbum.

02 Como foi a caminhada até conseguir o contrato com a Avenue Of Allies?

Thomas Riekerk: Contatamos diferentes gravadoras especializadas álbuns do mesmo estilo que o nosso. A Avenue estava no topo da nossa lista e responderam rapidamente dizendo  terem gostado da primeira canção. Quando tínhamos o álbum pronto, eles amaram o resultado final e nos ofereceram um contrato justo. Sabemos que eles apoiam muito o gênero musical que praticamos, lançando novos artistas  mas também dando espaço para artistas e bandas mais conhecidas. Graças à Avenue o nome Sparklands está sendo ouvido no mundo AOR/Melodic Rock enquanto conversamos.

03 A banda é muito coesa e o talento dos integrantes, evidente. Como a Sparklands foi formada?

Thomas Riekerk: Ao longo dos anos eu fiz muitos amigos que foram e ainda são ativos no mundo da música. E tê-los trabalhando comigo no álbum trouxe mais diversidade à essa experiência, já que são parte de bandas mais alternativas. Ainda assim, eles cresceram ouvindo AOR/Melodic Rock e quando os convidei para integrarem a Sparklands eles acharam que seria divertido. Mas eu estava bem ciente da qualidade e talento deles e também sabia que poderiam contribuir muito nas composições, gravações e produção do álbum, então me animei quando tudo deu certo. "Tomocyclus" ficou exatamente como eu havia imaginado. Uma reunião coletiva de grandes músicos e amigos, que entenderam onde poderíamos chegar juntos. Começamos como uma equipe e acabamos como a Sparklands.

04 E quase todos colaboraram nas composições do álbum. Como funcionou esse processo?  

Thomas Riekerk: Exatamente. As canções em "Tomocyclus" foram compostas de maneira natural e as letras tratam de situações pelas quais passei nos últimos dois anos. Às vezes, alguém escreve uma canção em casa, às vezes trabalhamos com uma ideia que surgiu no estúdio. Mas tínhamos que arranjar cada canção, muitas vezes em cima da hora, outras vezes em nosso estúdio. Temos sorte que Martijn tem seu próprio estúdio (o Mailmen Studio) onde a bateria e a maior parte dos teclados, guitarras e vocais foram gravados. O que mais gosto nesse processo todo é de trabalhar nos arranjos, buscando aquela sonoridade 'vintage' (usando reverbes Lexicon e sintetizadores DX-7, entre outros) que eram muito usados nos anos 80 e 90. Havia muito espaço e liberdade para cada músico expressar suas idéias.. Não havia nenhum tipo de pressão nem data marcada para entregarmos o material. Foi muito relaxante poder trabalhar dessa maneira.

05 O álbum tem uma aura do AOR clássico, onde guitarras e teclados tem mais destaque. Quais as suas influências?

Thomas Riekerk: Bandas que nos inspiraram são Giant, Foreigner, Toto, King's X, Work Of Art, Lava, Whiteheart, Bad English, Journey, Richard Marx e muitas outras. Tudo se resume à boas canções com arranjos e melodias bem construídas.

06 O cenário AOR/Melodic Rock vem lutando para resgata seu espaço. Como você vê essa situação? Será que está surtindo resultado? E como você se sente fazendo parte da nova geração de bandas a entrar nesse mercado?

Thomas Riekerk: Muita coisa mudou na indústria. As pessoas mudaram para a rodovia digital dos downloads.O que tenho ouvido é que os fãs de hard rock, melodic rock e AOR ainda compram cds. Posso atestar isso porque sou uma dessas pessoas. Um bom álbum deve ser segurado nas mãos porque te inspira ao olhá-lo e ouví-lo ao mesmo tempo. Gosto de tudo que engloba o conceito de 'álbum'. Acho que muita gente que cresceu nos anos 80 e 90 ouvindo rock tocando no rádio sentem falta desse tipo de música. Não sei dizer se está crescendo e se fortalecendo, mas espero que sim. O que eu sei é que muitas bandas vem tendo dificuldades em se manter atualizadas com tudo o que vem acontecendo. O lado bom é que não estamos acostumados a vender milhões de álbuns e sabemos como o mercado digital funciona, então acho que o cenário parece favorável para a Sparklands.

07 Falando em bandas novas, muitas delas são ótimas. Como vocês se vêem no meio da concorrência?

Thomas Riekerk: Não os vemos como concorrentes. Enxergamos isso como um incentivo para que possamos contribuir para a nova onda AOR/Melodic Rock e juntos com as outras bandas, novas ou não, poder reviver e resgatar as memórias para muita gente, ou simplesmente ser parte de um novo começo para novos fãs do estilo, que descobrem o AOR/Melodic Rock e percebem o que perderam.

08 "Tomocyclus" foi lançado há pouco tempo. Estão animados com os reviews? Era a reação que vocês esperavam?

Thomas Riekerk: Sim, estamos muito felizes e surpresos com reviews chegando de várias partes do mundo. É muito mais do que poderíamos esperar.

09 Quais os planos para promover o álbum? Alguma possibilidade de shows ou participação em festivais?

Thomas Riekerk: Esperamos tocar o máximo que pudermos. Nosso primeiro show será na Holanda no Brainstormfestival. É muito especial para nós, nosso primeiro show oficial agendado e já somo co-headliners! Quando a oportunidade surgir e tivermos a chance de viajar pela Europa, certamente iremos!

10 A Sparklands é uma propriamente dita, certo? Não apenas um projeto que lança álbuns de vez em quando...

Thomas Riekerk: Não, tanto que temos planos para o segundo álbum e já estamos trabalhando em composições. Queremos ser uma banda ativa no cenário. Espero que as pessoas saibam que a Sparklands é uma banda que veio para ficar.

11 Então já podemos dizer com certeza que haverá mais material da Spaklands em breve!!!

Thomas Riekerk: Absolutamente (risos). Haverá mais material da Sparklands no futuro.

12 Vocês todos são holandeses. Como está o cenário musical por aí?

Thomas Riekerk: O cenário musical aqui na Holanda não é tão grande como na Suécia, Alemanha e Inglaterra, mas ainda há muitas bandas antigas em atividade e lançando álbuns. Bandas que eram grandes aqui não são conhecidas em outros países. Está na hora de mudarmos isso.

13 E o que você tem ouvido ultimamente, Thomas?

Thomas Riekerk: Uhhh, eu ouço muita coisa antiga mas ultimamente tenho ouvido muito Work Of Art. Espero que eles tenham planos para mais um álbum em breve. E também sempre ouço Richard Marx e me interesso sempre que uma banda das antigas volta ao cenário. Ainda aguardo o dia em que o Giant gravará mais um álbum com Dann Huff...

Thomas, lhe agradeço pelo tempo e atenção dispendidos para essa entrevista. Lhe desejo todo o sucesso com a Sparklands e espero ouvir mais material da banda em breve. As portas da AORWatchTower estão sempre abertas à você...

Thomas Riekerk: Hey Juliano, sou eu quem agradece pela oportunidade. Isso contribui muito na promoção de "Tomocyclus" e ajuda a espalhar seu nome pelo mundo. Muito obrigado à você.

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