O início dos anos 90 foi bastante produtivo dentro do universo dos bons sons, como se todos soubessem que a sombra do grunge se aproximava para mudar, de maneira catastrófica, o mercado da música. E uma das bandas mais bacanas surgidas naquele momento pré-camisa de flanela foi a Great King Rat, batizada nas águas sagradas do melodic hard rock escandinavo e que trazia em seu lineup nomes não apenas reconhecidos, mas também respeitados. Com canções excelentes, magistralmente produzidas e irretocavelmente executadas, o Great King Rat apresentou um belíssimo álbum mas que, inexplicavelmente, passou batido por muita gente.
Predominantemente rocker, o álbum tem a excelente "Bright Lights" abrindo os trabalhos, com seus versos delicados contrastando com o refrão explosivo, enquanto "Good Times" já tem uma pegada mais firme e uniforme, assim como "Woman In Love" e suas guitarras envolventes e sua levada descolada, cortesia do baixo e bateria em total sintonia. Essas três canções oferecem um panorama exato do que o álbum tem a oferecer e, sem dúvida alguma, todas são merecedoras de volume máximo e múltiplas audições.
A empolgante "Ball And Chain" é um rocker contagiante, com linha de baixo em evidência e guitarras quase onipresentes em segundo plano, enquanto "Take Me Back" carrega uma indisfarçável aura radio friendly que cai perfeitamente na sonoridade mais pesada da banda. Peso esse que se faz presente nas ótimas "Follow The Rains" (com backing vocals massacrantes no refrão) e "One By One" com sua belíssima introdução no melhor estilo southern rock, que rapidamente se converte no mais tradicional hard rock. Uma vez mais, volume máximo e múltiplas audições se fazem necessárias.
"Dirty Old Man Stomp" é uma dose cavalar de hard rock, igualmente impactante e empolgante, dos versos ao refrão, enquanto "Calling For My Angel" traz mais peso ao conjunto com andamento mais comedido, com bateria e baixo apavorando enquanto as guitarras desfilam elegantemente, assim como fazem na excelente "Top Of The World" - um rocker frenético e empolgante - e em "Bad Woman",um rocker curto e grosso feito coice de porco, com guitarras caprichosas na linha de frente, além de um refrão matador, impulsionado por backing vocals brlhantes. Uma bela escolha para fechar o álbum, sem dúvida alguma.
Great King Rat, circa 1992: Broman, Nilsson, Sundin, Höglund e Norgren |
Em resumo, caríssimas e caríssimos, esse álbum do Great King Rat remete a bons nomes do universo dos bons sons: Hardline, Thunder e Gotthard são os mais recorrentes para mim. Com canções cuidadosamente escritas e magistralmente interpretadas, é realmente uma pena que esse trabalho tenha tido tão pouca exposição quando de seu lançamento. Pouca divulgação e a tenebrosa mudança que se apresentava sobre o mercado podem ter sido as causas desse aparente desinteresse pelo álbum, mas com o tempo sua relevância e valor - mesmo que emocional - só fazem aumentar. Aquela produção polida e os vocais cristalinos - tão comuns em álbuns escandinavos - estão em cada faixa desse primeiro trabalho do Great King Rat, e se ele não figura na sua coleção, acredite, ela está incompleta...
GREAT KING RAT - Great King Rat
Relased in 1993 via Fandango Records (Japanese Pressing)
Cat. #FRML-9001
Tracklist
01 Bright Lights
02 Good Times (ouça a canção aqui)
03 Woman In Love (ouça a canção aqui)
04 Ball And Chain
05 Take Me Back (ouça a canção aqui)
06 Follow The Rains
07 One By One
08 Dirty Old Man Stomp
09 Calling For My Angel
10 Top Of The World
11 Bad Woman
Lineup
Leif Sundin: vocals, acoustic guitars
Pontus Norgren: guitars, backing vocals
Mikael Höglund: bass, backing vocals
Tomas Broman: drums
Anders Nilsson: keyboatds, guitars, backing vocals
Guest Musicians
Mikael Andersson: backing vocals, lap steel on "Follow The Rains"
Rolf Alex: percussion
Backa-Hans Eriksson: cello on "Bright Lights"
Frans Lugmair: harmonica on "One By One"
Mats Oulasson: keyboards on "Bright Lights" and "Follow The Rains", piano on "Dirty Old Man Stomp"
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