sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

ENTREVISTA COM ROBERT SÄLL

Em uma das entrevistas que Robert Säll concedeu à AORWatchTower, ele mencionou que havia imaginado o Work Of Art lançando quatro álbuns. Pois bem, no ano passado a banda retornou ao cenário com "Exhibits", trabalho que forma o quarteto imaginado por Säll. Com a tradicional alta qualidade de canções e interpretações, não foi surpresa o sucesso imediato do álbum, sobre o qual Säll gentilmente falou.

01 Lá se vão cinco aos desde o álbum mais recente do Work Of Art, e o novo trabalho recebeu ótimas críticas. Esse reconhecimento lhe passa o sentimento de missão cumprida?

Robert Säll: Ah, sim, muito! Especialmente depois de termos estado afastados por tanto tempo. A última coisa que queríamos era lançar um álbum que ninguém gostasse.

02 Esse foi o maior hiato entre álbuns da banda. O que gerou esse intervalo?

Robert Säll: Foram diferentes razões. Pessoalmente, estive muito ocupado começado minha família e agora tenho duas crianças correndo pela casa. Foi isso e, claro, o álbum do W.E.T. e o projeto Groundbreaker, ambos me deixaram bastante ocupado. Mas a razão principal foi o fato de que não havíamos planejado gravar esse novo álbum. Não dessa vez, pelo menos. Isso foi decidido por nós pela gravadora. Nós tínhamos a obrigação contratual de gravar mais um trabalho. De outra maneira, teríamos levado outros 3 ou 4 anos para que um novo álbum fosse lançado. Mas assim que ficou claro que teríamos que gravar mais um álbum, e isso aconteceu em meados de 2017, levamos cerca de um ano e meio para compor e gravar. O que é bastante rápido, pelos nossos padrões.

03 Uma coisa que me impressiona é o fato de vocês manterem as mesmas características musicais e estruturas melódicas, mas sempre evoluindo dentro do cenário aor/melodic rock e sem soar como uma cópia de vocês mesmos.  Como vocês mantém sua identidade musical tão acentuada e quase intocada depois de tanto tempo?

Robert Säll: Acredito que a chave para isso seja não gravar álbuns com muita frequência. Assim como a vida acontece nos intervalos entre os álbuns, recebemos muita influência enquanto fazemos outras coisas. E quando chega a hora de entrarmos em estúdio, tudo parece novo para nós.

04 E já que estamos falando nisso, há alguma direção musical que você gostaria de tomar com a banda e na qual ainda não se arriscou?

Robert Säll: Na verdade não. Fazemos muita coisa fora do Work Of Art e nos divertimos tocando com pessoas diferentes em gêneros diferentes. Mas quando chega a hora de nos dedicarmos a banda, nos divertimos fazendo o nosso som e somos felizes fazendo isso.

05 Como tem acontecido desde 2008, vocês tiveram uma série de convidados em "Exhibits", sendo cinco baixistas e seis tecladistas. Esse formato funciona melhor para vocês ao invés de ter um músico fixo na posição?

Robert Säll: Me permita colocar da seguinte maneira: nós tentamos manter um número fixo e mínimo de integrantes na banda. Dessa maneira podemos convidar mais amigos para tocar em nossos álbuns e você sabe, quanto mais, melhor! Mas quando falamos de shows, somos sempre nós três com Andreas Passmark no baixo e Jonas Grönning nos teclados. Nós os consideramos integrantes da versão ao vivo do Work Of Art.

06 Entre os convidados do novo trabalho está Vince DiCola. Como vocês conseguiram que ele participasse do álbum?

Robert Säll: A versão curta dessa história e que nós o convidamos e ele aceitou. Na verdade, foi uma ideia louca que tive enquanto trabalhava em uma canção. Shem Von Schroeck tocava baixo e eu sabia que ele e Vince são amigos. Então perguntei a Shem o que ele achava de fazermos o convite e ele me incentivou. Por sorte, Vince aceitou! Foi um sonho realizado para nós e um dos destaques do álbum.

Work Of Art, circa 2019: Robert Säll,
Lars Säfsund e Herman Furin
07 Falando em canções, alguma favorita?

Robert Säll: Sim, a canção que mencionei na pergunta anterior, "This Isn't Love".

08 Com tantas resenhas elogiando "Exhibits", onde você o colocaria dentro da discografia da banda, se o compararmos com os outros trabalhos?

Robert Säll: Eu o colocaria em segundo lugar, logo depois de "Artwork", que sempre terá um lugar especial no meu coração.

09 Passada uma década, como você vê o caminha da banda? Levando em conta tudo, desde as primeiras demos até o reconhecimento mundial como uma das melhores bandas contemporâneas de AOR/Melodic Rock?

Robert Säll: De maneira geral, cada passo que demos, desde a primeira demo e depois com cada álbum, foi nos estabelecendo gradualmente como uma banda. Mas toda a atenção gerada pelo primeiro álbum e mesmo por suas demos foi algo que experimentamos apenas uma vez. Mas você só pode ser a 'novidade' uma vez e as pessoas tendem a se empolgar com bandas novas. Depois cabe a banda provar que é realmente boa e acredito que, ao longo dos anos, nós fizemos exatamente isso.

10 Finalmente, o que o futuro reserva ao Work Of Art? O que podemos esperar de vocês em um futuro próximo?

Robert Säll: É curioso porque, agora que o novo álbum está pronto e é uma novidade para os fãs, para nós é o fechamento de um ciclo. O que vai acontecer de agora em diante é um mistério para nós. Só o tempo vai dizer.

Robert, foi um imenso prazer conversar com você novamente (esta é a sua quinta entrevista desde 2010). Espero ouvir ainda mais material de vocês em breve e lhes desejo todo o merecido sucesso que estão desfrutando.

Robert Säll: Obrigado, Juliano. Quero agradecer a cada um de vocês que esperaram pacientemente pelo novo álbum. Cada álbum é um verdadeiro trabalho de amor e esperamos que vocês curtam "Exhibits" e sintam que a espera valeu a pena!!!

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