quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ENTREVISTA COM STEVE WEST

Uma das minhas bandas favoritas é o Danger Danger, e não teria como ser diferente. Com uma série de grandes álbuns, a banda se consolidou no universo dos bons sons e deixou sua marca no cenário AOR. Depois de ter entrevistado o vocalista Ted Poley - leia a entrevista aqui - minha próxima opção era o baterista Steve West, e muito gentilmente ele aceitou o convite para falar - com exclusividade - para a AORWatchTower.

O papo aconteceu na semana passada e lhes trago a conversa na íntegra, cheia de detalhes e algumas perguntas sem resposta.



É verdade que a primeira formação do Danger Danger incluía você, Bruno Ravel e Mike Pont???

Steve West: Não exatamente. Éramos eu, Bruno Ravel, Al Pitrelli e Phil Naro.



02. Depois de algumas mudanças na formação, a banda conseguiu contrato com Epic Records em 1988 e um ano depois lançou seu primeiro álbum, um excelente trabalho. Quais são suas lembranças das gravações do álbum?


Steve West: Agradeço o elogio ao álbum. Quanto às lembranças, algumas são boas, outras nem tanto. Não tenho a falar sobre elas...

03.

O Danger Danger fez tours com cachorros grandes como o Kiss e Alice Cooper, entre outros. Deve ter sido uma experiência incrível para uma banda nova, não?


Steve West: Fazer a tour com Alice Cooper foi uma grande aprendizado. Nós abríamos o show para uma lenda e a platéia estava lá para vê-lo. Tivemos que aprender a ganhar a platéia, sabe. Isso nos ajudou muito e ganhamos muita confiança. As vais logo tornaram-se aplausos.


Já o Kiss, sim, era nossa banda favorita quando éramos crianças e foi incrível divider o palco com eles. Eles nos trataram com família. Gene e Paul cresceram no Queens, em New York, assim como Bruno e eu. Tínhamos muito em comum e nos aproxímamos por conta disso. Vê-los tocar a cada noite era incrível, sem preço. Aprendemos a correr com os cachorros grandes. Tenho ótimas lembranças e adoro aqueles caras.


04. Dois anos depois, "Screw It!" foi lançado e, mais uma vez, a banda trouxe um grande álbum. Foi difícil gravar o segundo álbum, já que o primeiro foi um excelente trabalho?


Steve West: Mais uma vez agradeço os elogios ao álbum! Mas não acho que tenha sido difícil, entramos no estúdio e gravamos. Sabíamos que não éramos mais a mesma banda que havia gravado o álbum em 1989. Queríamos gravar um álbum com sonoridade menos polida, algo que retratasse mais nosso modo de vida.


05. A banda já havia gravado "Cockroach" quando Ted Poley foi demitido da banda. O próprio Ted me confirmou isso quando lhe entrevistei aqui na AORWatchTower, em Maio de 2010. Será que você poderia, finalmente, esclarecer o que aconteceu? Ele foi demitido ou simplesmente deixou a banda?


Steve West: Vamos pular essa pergunta.


06. O álbum não pode ser lançado naquela época – por causa de uma disputa judicial – e o Danger Danger recrutou Paul Laine, que acabou regravando os vocais para "Cockroach". Entretanto, a gravadora decidiu engavetar o álbum. Depois de tanto esforço, não foi exatamente a notícia que vocês gostariam de ter recebido, não?


07. Steve West: Você está se apegando só aos pontos negativos. Vamos seguir em frente (risos).


08. Naquela época, tanto Andy Timmons quanto Kasey Smith havia deixado a banda. Você sabe o motivo da saída de ambos??


Steve West: Nós estávamos no limbo por causa do processo e não sabíamos por quanto tempo aquilo duraria. Andy voltou para o Texas e lhe dissemos para que fizesse o que fosse melhor para ele. E foi a melhor coisa para ele. Ainda somos muito próximos e as coisas deram certo para todos. Mas Kasey havia deixado a banda antes mesmo de gravarmos "Cockroach".


09. O Danger Danger se desligou da Epic e você e Bruno Ravel inauguraram a Low Dice Records, onde a banda lançou "Dawn", em 1995. E o álbum apresentou uma sonoridade absolutamente diferente de qualquer um dos outros trabalhos da banda. Porque a banda saiu tanto de seu estilo?


Steve West: Basicamente, nós estávamos muito chateados, tínhamos um outro vocalist, outro compositor, os bons tempos estavam só na memória e o album refletiu o momento pelo qual passávamos. Nós quase mudamos o nome da banda e começar tudo outra vez, já que era tudo muito diferente do que o Danger Danger fazia, como você bem aponotou. No final, decidimos continuar Danger Danger. Achamos que tínhamos o direito de manter o nome e não queríamos começar do zero outra vez.


10. A banda deu uma parade por três anos antes de retornar ao cenário AOR com "Four The Hard Way", um álbum excelente – e um dos meus favoritos – e que resgatou a sonoridade clássica do Danger Danger com um approach mais contemporâneo. Ainda, o álbum mostrou Paul Laine era perfeito para a banda, apesar das diferenças entre os vocais de ambos. Laine era a primeira opção para substituir Poley?


Steve West: Sim, Paul era a primeira opção Nós adoramos o album "Stick It In Your Ear" e foi por causa desse album que Erwin Musper para trabalhar conosco no "Screw It!" Paul é maravilhoso como vocalista e também como compositor. Tudo combinou perfeitamente.


11. Andy Timmons e Kasey Smith participaram das gravações do álbum. Como eles foram chamados?


Steve West: Nós sempre continuamos amigos de Andy e Kasey e tudo o que precisamos fazer foi convidá-los para participar do álbum. Foi ótimo trabalhar com eles novamente e fico feliz por eles terem participado daquilo.


12. Dois anos depois, o excelente "The Return Of The Great Gildersleeves" foi lançado. Outro grande album que solidificou Paul Laine como frontman da banda. Em comparação com "Dawn" e "Four The Hard Way", você acha que banda havia entrado no eixos novamente?


Steve West: Acho que sim. Nós sabíamos exatamente que tipo de música queríamos fazer.


13. Em 2011 o lendário "Cockroach" finalmente foi lançado como album duplo, trazendo as versões gravadas por Poley e Laine. O lançamento daquele trabalho deve ter sido um alívio para vocês...


Steve West: E foi mesmo (risos). Ficamos muito felizes, muito mais pelos fãs. Eles estavam ouvindo a terceira geração das gravações retiradas de um cassete. E sabíamos que eles queriam ouvir aquelas canções da maneira que deveriam realmente soar. Foi ótimo ter aquele material finalmente lançado.


14. Em 2003 a banda lançou "Rare Cuts", uma coleção de demos que tinham Al Pitrelli nas guitarras e Ted Poley nos vocais. É verdade que aquelas canções foram gravadas na lavanderia da casa da mãe de Pitrelli?


Steve West: (Risos) Absolutamente. A bateria, pelo menos. O resto foi gravado no porão da casa dos pais dele, com um aquecedor movido a querosene que deixava todos nós doidões (risos). Mas de alguma maneira, tudo deu certo.


15. Quando o álbum "Live And Nude" foi lançado – em 2005 – Paul Laine já não estava mais com a banda. Porque ele saiu?


Steve West: Se você ouvir as canções que Paul estava escrevendo conosco consegue perceber que elas tinham uma sonoridade mais moderna. Eu adorava as canções dele, mas tínhamos que balancear com a sonoridade tradicional do AOR que nossos fãs esperavam de nós. E ele começou a se cansar desse tipo de canção, ele queria compor e cantar material na linha de "Six Million Dollar Man" e material que você hoje pode ouvir em seu álbuns solo. E foi isso. Mas repito que sou fã do material que ele tem escrito nos últimos anos.


16. O retorno de Ted Poley ao Danger Danger foi anunciado em 2004, para a alegria dos fãs. Como foi o processo para ter Ted de volta a banda?


Steve West: Nós encontramos Ted em uma convenção do Kiss em que nos apresentaríamos e ele veio falar comigo e Bruno. Não nos falávamos haviam dez anos, mais ou menos. A conversa terminou com ele dizendo que se quiséssemos nos reunir, só precisaríamos ligar para ele. Essa reunião quase aconteceu ao longo dos anos, mas nunca era o momento certo. E naquele dia, acabou sendo!


17. E em 2009, "Revolve" foi lançado, e que álbum é aquele! Todos os elementos musicais clássicos do Danger Danger estavam presentes, aliados aos vocais de Ted Poley. O material foi votado "Álbum Do Ano" aqui na AORWatchTower e o considero um dos melhores trabalhos do Danger Danger. Quais são suas lembranças da garavção do álbum?


Steve West: Eu não sabia da escolha do album! Muito obrigado à todos que votaram em nós! Para resumir a resposta à sua pergunta, "Revolve" foi o álbum mais difícil que já gravamos (risos).


18. Como foi entrar em estudio com Ted Poley depois de tantos anos?


Steve West: Foi maravilhoso, uma sensação de estar de volta em casa.


19. A magia ainda estava presente, não?


Steve West: Você ouviu o album, sabe que estava sim!

20. E Rob Marcello… que guitarrista! Ele tocou brilhantemente no álbum e me parece o substituto perfeito para a vaga de Andy Timmons, e isso não é pouca responsabilidade! Como vocês o encontraram?


Steve West: Rob tem muito talento mesmo. Ele era um grande fã do Danger Danger na Suécia. Ele conheceu Bruno durante a NAMM – National Association of Music Merchants – em Los Angeles e lhe disse que se precisasse de um guitarrista, ele gostaria de ter a vaga. Bruno basicamente lhe disse ‘é, tá certo garoto’. Sabe como são essas coisas. Adiante a história alguns anos e ele estava chegando em New York para participar de uma audição para a banda. Incrível. E ele conseguiu a vaga!


21. O Danger Danger tem tocado em alguns festivais ao longo de 2011. Há alguma chance de um desses shows ser lançado em DVD?


Steve West: Absolutamente não.


22. Falando sobre tours, Ted já esteve no Brasil. Você não acha que está na hora de o Danger Danger vir até aqui? Vocês tem muitos fãs no país...


Steve West: Eu já ouvi muito isso. Adoraríamos ir até o Brasil...

23. E o que você pode nos falar sobre o próximo trabalho da banda, Steve?


Steve West: O próximo álbuma ser lançado será "The Best Of Danger Danger". Já um álbum com material inédito está descartado no momento.


Steve, foi um grande prazer converser com você. Espero que possamos ter um novo álbum do Danger Danger em breve e, quem sabe, alguns shows da banda por aqui. Lhe desejo o melhor e ainda mais sucesso à você e à banda. As portas da AORWatchTower estão sempre abertas à você…


Steve West: Muito obrigado pela oportunidade e pela entrevista, Juliano. Realmente espero que possamos um dia tocar no Brasil para nossos queridos fãs. Agradeço de coração à todos pelo apoio dado ao trabalho do Danger Danger. Nós ficamos realmente tocados com isso. Obrigado!

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