sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Quando o sueco Michael Palace surgiu com seu primeiro álbum, há dois anos, ele imediatamente chamou a atenção dos amantes dos bons sons não apenas como intérprete, mas principalmente como compositor de mão cheia. O álbum "Master Of The Universe" foi produzido pelo talentoso Daniel Flores, com aquela sonoridade polida e grandiosa que o melodic rock contemporâneo ostenta. Mas para "Binary Music", Palace optou por uma produção menos imponente e se arriscou em arranjos bem menos previsíveis do que aqueles encontrados em seu trabalho de estréia. E esse fator surpresa é o ponto positivo desse novo álbum. Mas é o negativo também.

O álbum traz uma série de rockers bem bacanas, mas organizados de maneira irregular ao longo do tracklist, o que causa "idas e voltas" ao procurar o que mais lhe agrada entre as 11 canções propostas.

Senão vejamos: posso listar "Tears Of Gaia" e "Nothing Personal" como duas das canções mais bacanas do álbum, e ambas me remetem aos bons sons do Newman em todos os aspectos. Ainda, "Love Songs" tem um belo arranjo e boas variações melódicas, enquanto "Dangerous Ground" me faz lembrar, novamente, dos britânicos do Newman.

Todas esses rockers merecem sua atenção absoluta e volume máximo, já que aponto cada uma delas como destaques do álbum.

Também são merecedores de nota as ótimas "Promised Land", "Julia" e a massacrante "To Have And To Hold", com suas nuances variadas e direções opostas, elas agregam muito ao álbum e apresentam contrapontos interessantes ao que foi mencionado anteriormente.

O carecão Michael Palace, circa 2018
"Binary Music" me soa como uma mistura exagerada entre o contemporâneo e o clássico, enquanto "Queen Of The Prom" é como privada em elevador: a ideia pode ser boa, mas não funciona. Uma canção absolutamente deslocada no tempo e espaço do álbum e, sem dúvida, o ponto fraco do trabalho. E a balada "Who's Counting Time" tem em seu refrão o momento mais brilhante, enquanto versos e b-sections são sofríveis.

Em resumo, caríssimas e caríssimos, "Binary Music" traz Michael Palace em um momento descendente, lamentavelmente. Toda a coesão melódica do primeiro trabalho foi espalhada em doses erráticas ao longo do tracklist do novo álbum. É fato que o álbum tem seus momentos de grandeza e eles são maiúsculos quando surgem, e acredito serem suficientes para justificar a aquisição desse álbum. Mas estejam avisados: "Binary Music" não é nenhum "Master Of The Universe". Infelizmente...

PALACE - Binary Music
Released on Nov. 2018, via King Record Co. Ltd. (Japanese Pressing)
Cat. #KICP 1958

Tracklist
01 Binary Music (assista ao vídeo aqui)
02 Tears Of Gaia
03 Nothing Personal (ouça a canção aqui)
04 Promised Land (ouça a canção aqui)
05 Love Songs
06 Dangerous Ground
07 Queen Of The Prom
08 Who's Counting Time (ouça a canção aqui)
09 Julia
10 To Have And To Hold (ouça a canção aqui)
11 Who's Counting Time (Acoustic Version)

Musicians

Michael Palace: vocals, bass, keyboards, harmonica, saxophone

Daniel Flores: drums
Oscar Bromwall: guitar on "Julia"

Um comentário:

Prata disse...

VERDADE, ME DECEPCIONEI MUITO COM ESTE NOVO DISCO!!!

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