sexta-feira, 8 de março de 2019

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Cinco longos anos desde seu mais recente álbum de inéditas, os norte-americanos da Tesla retornam com "Shock", álbum bastante aguardado pelos fãs e que traz um elemento a mais a já consagrada receita de bons sons da banda: a presença do guitarrista Phil Collen como produtor. Posso dizer que o resultado da mistura das tradicionais canções da Tesla, aliadas à todas as valiosas lições que Collen aprendeu trabalhando com o legendário Robert John "Mutt" Lange no Def Leppard resultaram em um álbum variado, muito interessante e que deverá agradar em cheio aos amantes dos bons sons.

Logo no início temos "You Won't Tak Me Alive", rocker com levada envolvente e que já mostra aqueles backing vocals que nos remetem ao Def Leppard (e que estão presentes ao longo do álbum), mas "Taste Like" soa propriamente como a banda de Sheffield, do começo ao fim, especialmente no refrão. Em outra direção, surge "We Can Rule The World", balada bem bacana que tem no refrão seu momento mais interessante, enquanto "Shock" assusta pela bateria programada, mas o conjunto a torna um detalhe envolto em guitarras e vocais precisamente distribuídos e que levam a um refrão agressivo.

E se "Love Is A Fire" é um mid-pacer espetacular, com refrão envolvente e que fica na cabeça por horas, "California Summer Song" é exatamente a canção de verão que o título sugere, com arranjo simples (porém eficiente) e uma sonoridade mais leve do que estamos acostumados em trabalhos da Tesla. E falando em suavidade, a baladaça "Forever Loving You" tem base acústica e agrada em cheio com sua simplicidade e arranjo envolvente, enquanto "The Mission" é um rocker crescente com refrão explosivo e que, uma vez mais, me remete aos bons sons do Def Leppard no início dos anos 2000.

Na reta final temos a incendiária "Tied To The Tracks" (na melhor tradição rocker da Tesla), seguida pela ótima "Afterlife" (com arranjo bem bacana) e pela arrebatadora "I Want Everything" (rocker empolgante), enquanto "Comfort Zone" fecha o álbum com uma agradabilíssima malemolência sonora.

Tesla, circa 2019: Hannon, Wheat,
Keith, Lucketta e Rude
Em resumo, caríssimos e caríssimas, não há como negar a evidente e recorrente influência do Def Leppard em "Shock", já que o modelo característico de backing vocals que a banda de Sheffield usa está presente em todas as canções desse álbum. Mas há que se ressaltar que as vozes não estão na primeira fila na mixagem, o que confere mais equilíbrio ao conjunto. Também não há como negar que Jeff Keith usou invariavelmente e recorrentemente os floreios vocais que identificamos em Joe Elliott. Ainda assim, não se confunde Tesla com Def Leppard em momento algum. Todos os elementos refletidos aqui não tiram, em momento algum, a identidade musical da Tesla. Na verdade, ouço uma mistura bastante interessante da sonoridade de duas bandas que prezam pela qualidade, e assim sendo, o resultado só poderia ser positivo. Neste caso, foi muito positivo e confesso que "Shock" excedeu minhas expectativas, figurando não apenas entre os trabalhos que mais curto na discografia da Tesla, mas também já figurando entre os melhores trabalhos que 2019 nos mostrou até o momento. Belíssimo álbum...

TESLA - Shock
Released on March 08th 2019, via Universal Music Enterprises
Cat. #B0029156-02

Tracklist
01 You Won't Take Me Alive
02 Taste Like
03 We Can Rule The World
04 Shock
05 Love Is A Fire
06 California Summer Song (ouça a canção aqui)
07 Forever Loving You
08 The Mission
09 Tied To The Tracks
10 Afterlife
11 I Want Everything
12 Comfort Zone

Lineup
Jeff Keith: vocals
Frank Hannon: guitars, vocals
Dave Rude: guitars, vocals
Brian Wheat: bass, keyboards, piano, vocals
Troy Lucketta: drums, percussion

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